fogão. Onde seria o lugar natural de uma cafeteira ou de uma chaleira. Montou
dois para um lado, depois outros dois para o outro, e, por fim, a terceira camada
do mesmo modo que a primeira. Como uma fogueirazinha. Tirou uma
embalagem de alumínio prateada, do tamanho e da forma de um frango assado.
Equilibrou-o no topo da torre dos cubos de construção de madeira.
Tirou uma caixa de munições Parabellum de nove milímetros. Cem
cartuchos. Uma de duas compradas com a M9 aos imbecis do bar. Enfiou a mão
no espaço por baixo da suspensão do BMW e pousou a caixa com cuidado na
embalagem de alumínio.
Pronto. Tudo a postos. O gás, o tubo, o bico, a pilhazinha de madeira, a
embalagem para assar, os cartuchos de pistola.
E o depósito do BMW mesmo por cima.
Verificou onde se encontrava e ensaiou o recuo rápido. A seguir, sacou de um
Zippo. Verificou o botão da válvula de cobre serrilhada. Ligou o bico. Ouviu o
silvo do gás. Acendeu o isqueiro e aproximou a chama do bico do fogão. O gás
acendeu com um baque surdo. Pô-lo um pouco mais baixo. Um bocadinho
menos do que a meio. Como se estivesse a ferver em lume brando.
Depois saiu de baixo do carro, levantou-se, pegou no saco e apressou-se a
sair dali para fora.
A um quilómetro e meio de distância, Dremmler saiu do escritório do quarto
andar e passou vinte segundos no elevador, que correspondiam a trinta e três
pares de sapatos brasileiros, com Muller a cruzar-se a seguir com ele, já na rua, e
a dizer:
— Imagino que já saiba.
— Do Wolfgang Schlupp? — retorquiu Dremmler. — Não se fala de outra
coisa. A polícia já se fartou de revistar aquele bar. Os membros que tenho lá
estão muito aborrecidos. O meu telefone não para de tocar.
— Terá sido o Wiley?
— Julgava que ele se tinha ido embora daqui.