Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

década de 50 em milhões de toneladas de material. A amostra era gigantesca. Foi
uma coisa frenética. Havia margem de manobra suficiente para toda a espécie de
erros. Há quanto tempo está ao serviço do seu país, major?
— Há doze anos.
— E nunca soube de nada que tivesse corrido mal?
Reacher olhou para as calças. Dos fuzileiros, de caqui, cosidas em 1962,
enviadas em 1965, para um departamento militar completamente errado, e
ignoradas durante trinta anos.
— Mas estamos a falar de armas nucleares — disse.
E Helmsworth retorquiu:
— Em toda a nossa história, tivemos ao todo trinta e duas acidentalmente
lançadas, disparadas, detonadas, roubadas ou perdidas. Encerrámos os processos
de vinte e seis. As outras seis nunca foram descobertas ou recuperadas.
Continuam desaparecidas. E temos a certeza desses números. São de confiança.
Haver outras dez não está fora das possibilidades. Sobretudo, tendo em conta a
natureza das bombas em causa. Os Davy Crocketts eram coisas pequenas,
produzidas em massa. Não eram armas fascinantes. Eram tratados como se
fossem material militar banal.
— E essas buscas foram bem feitas?
— Procurámos por todo o lado. Literalmente, pelo mundo inteiro. E não as
encontrámos. Por isso, prevaleceu a opinião dominante. Nunca chegaram sequer
a existir. A ideia da fatura era cometer uma fraude, mas houve alguém que se
acobardou e nunca a chegou a apresentar.
— E qual foi a sua opinião?
— Estávamos a preparar-nos para uma guerra terrestre com o Exército
Vermelho, na Europa. E tínhamos centenas de armazéns com material
espalhados pela Alemanha. O maior ultrapassava em tamanho algumas das
cidades deles. E o mais pequeno era maior do que um estádio de futebol. Achei
que a maioria estava basicamente a enfiar os dedos nos ouvidos e a cantarolar la-
la-la.
— E o Arnold Mason estaria envolvido nessas buscas?

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