Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

eram absolutamente nulas. O que nos teria deixado com uma centena de pedaços
de metal inúteis. E era essencial que fôssemos eficazes. Por isso, a salvaguarda
da divisão dos códigos foi considerada um impedimento tático.
— Considerada por quem?
— Pelos comandantes táticos.
— Como o senhor?
— Mandei o meu quartel-mestre dizer ao nosso armeiro para escrever o
código inteiro na própria bomba, a giz amarelo. Assim, o tipo que a transportasse
podia ser morto que outra pessoa podia terminar à mesma a missão. Era a Guerra
Fria. Olhando para trás, sabemos que não aconteceu. Mas, na altura, parecia que
era possível.
— Só que o décimo primeiro caixote nunca chegou a ir para o terreno.
— E, nesse caso, os códigos correspondentes encontram-se num dossiê
ultrassecreto enfiado num recetáculo feito à medida, na parede traseira interior.
Foi essa parte que o aprendiz fez. Onze vezes.
Ninguém disse nada durante imenso tempo.
E foi então que Sinclair afirmou:
— Okay, daqui a um minuto, tenho de ligar ao presidente para o avisar de
que podemos ter dez bombas atómicas à solta, incluindo os códigos de ativação
completos, e cada uma tão potente como a de Hiroxima, o que significa que,
dentro de pouco tempo, dez cidades mundiais poderão ficar totalmente
destruídas. Alguém me pode dar uma razão para eu não fazer esse telefonema?
Ninguém disse nada.


O chefe dos detetives Griezman subiu no elevador até ao escritório do senhor
Dremmler. Era uma coisa muito lenta. Uma instalação original, sem dúvida,
parte da reconstrução. Mas acabou por lá chegar. Passado um minuto, Griezman
encontrava-se desconfortavelmente sentado numa cadeira para as visitas
demasiado pequena, em frente à secretária de Dremmler, que primeiro pediu um
café a uma secretária que Griezman julgou ser sul-americana e depois lhe

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