Onde tinham o carro não identificado.
— É um nome comum — retorquiu Dremmler.
— Também já estive a ver e descobri cinco nesse bairro. Três são velhos.
Outro é um estudante. E o quinto tem trinta e cinco anos. E carta de condução.
Que me dá acesso ao registo dele. Que está completamente vazio. Não aparece lá
nada. Multas por excesso de velocidade, multas de estacionamento, avisos ou
reprimendas, pedidos de reembolso aos seguros, depoimentos assinados como
testemunha, nada de nada. Nenhum contacto que seja com o mundo burocrático.
O que não é normal para um tipo com trinta e cinco anos. Não me parece que
esse nome seja verdadeiro. Acho que Kempner é o novo nome do Wiley.
— E tens a morada?
— Devíamos antecipar-nos. O Griezman já vai fazer uma visita ao
apartamento. Que ficará inacessível para nós. Mas tens de pensar como um
polícia de trânsito. O homem tem uma carrinha de distribuição com uma
distância grande entre os eixos. Onde estaciona essa coisa? Na rua, não, porque
os meus homens têm andado à procura dela e não a encontraram. Nem numa
garagem, já que aquilo é um modelo com tejadilho alto, além de ser demasiado
comprido. Portanto, estará num barracão grande ou, possivelmente, num
armazém pequeno. Suficientemente perto do sítio onde ele vive para poder dar
jeito. E está lá neste preciso momento. Mesmo à nossa espera. E é aquilo que nós
queremos. Não é o próprio Wiley.
— E onde, ao certo?
— Tens de perguntar aos teus conhecidos. Alguém arrendou um barracão
velho ou um armazém? Possivelmente, a troco de dinheiro vivo, e de certeza a
alguém que nunca tinha visto na vida e que tinha uma história qualquer da treta,
bastante vaga, para explicar porque precisava disso. Vocês costumam falar desse
género de coisas, certo? Um tipo que conhece um tipo que conhece outro tipo?
— Ainda vou fazer de ti chefe da polícia — afirmou Dremmler.
Bishop conduziu-os até ao seu gabinete, que tinha a um canto um cofre à