Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

talvez a ideia fosse que as crianças se sentissem em casa ali. Reacher não
percebia como. Tinha sido um miúdo sério. Achou que toda aquela alegria
incessante o teria feito dar em louco.
Griezman abrandou.
E disse:
— É o próximo prédio à esquerda.
Que era uma estrutura idêntica, parecida com uma caixa de sapatos gigante
pousada de lado, sarapintada com painéis coloridos e salpicada de janelas, que
eram mais pequenas do que poderiam ter sido e tinham caixilhos grossos e
eficientes. O átrio comia parte do rés do chão e do primeiro andar, como uma
arcada imponente, presumivelmente, com entradas à direita e à esquerda. Duas
zonas para elevadores.
— Devíamos estacionar e seguir a pé ou ir de carro mesmo até lá? —
perguntou Griezman.
— Ir de carro — respondeu Reacher. — Vamos lá despachar isto.
Por isso, Griezman voltou a acelerar e, a seguir, reduziu a velocidade até
parar à porta do átrio de Wiley. Havia árvores novas plantadas nas bermas. E
outro edifício mesmo em frente, mais outros dois ao longe, com um caminho
para peões a atravessar-se no meio deles, indo dar, primeiro, à parte preservada
da paisagem urbana e, depois, a uma ponte pedonal de teca e aço. Curvava-se
sobre a água e seguia para diante.
Abriram as quatro portas ao mesmo tempo e saíram do carro. Tendo em
conta o número do apartamento, a opção, no átrio de Wiley, era virar à esquerda.
Havia dois elevadores destacados para essa metade do prédio. E estavam os dois
à espera no átrio. A precipitação matinal a caminho do trabalho já tinha
terminado. O apartamento de Wiley ficava no nono andar. O procedimento
habitual num raide a um apartamento implicava fazer subir gente em todos os
elevadores disponíveis, em simultâneo, mais uns quantos pelas escadas. Uma
investida enérgica, para evitar uma fuga sortuda. Reacher sabia que isso já tinha
acontecido. Vira imagens de câmaras de segurança que mostravam um tipo a sair
descontraidamente do apartamento e a entrar num elevador literalmente meio

Free download pdf