Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

manobrar um veículo comercial. Não se queria sentir preso nem encurralado.
Acho que arrendou qualquer coisa numa das ruas mais largas.
Das quais havia um número significativo. Repetiam-se, como numa planta
arquitetónica. E também havia ruas secundárias largas. Para os camiões mais
pesados, com cargas maiores. Griezman parou numa. E desabafou:
— Isto pode demorar uma eternidade.
— E nós temos uma eternidade. Desde que o seu polícia de trânsito se
mantenha acordado — retorquiu Reacher.
— Esteja descansado.
— Mas podíamos acrescentar um último fator. Acho que ele trocou as
fechaduras. Ou juntou-lhes umas novas. Isto era um assunto muito importante.
E assim Griezman voltou a arrancar, lentamente, vasculhando a zona, com as
quatro pessoas que iam no carro a esticar o pescoço, à procura de umas portas
duplas sólidas, com um número de telefone plausível lá preso, espaço para
manobrar à entrada e fechaduras novas.


A mensageira encontrava-se uma vez mais na fila da imigração, no aeroporto
de Hamburgo. Estavam a funcionar as quatro cabinas anteriores, duas à mesma
para a União Europeia, mais outras duas para fora dela. Estava a usar o mesmo
passaporte paquistanês. Só que, dessa vez, vinha vestida de preto e trazia o
cabelo arranjado. Viu o seu próprio reflexo no vidro. Tinham-lhe dito para não se
preocupar caso lhe calhasse o mesmo tipo. Ele não se iria lembrar. Via um
milhão de pessoas todos os dias.
Avançou, passando da terceira para a segunda da fila.


Do banco de trás, Reacher viu uma cabina telefónica numa esquina. E disse:
— Preciso de fazer uma chamada.
Griezman encostou e Reacher saiu do carro. Ligou para o número da sala do
consulado. Vanderbilt atendeu. Reacher perguntou-lhe se Orozco já tinha

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