Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

os ouvidos pendurados ao pescoço, protetores para os cotovelos nos cotovelos e
protetores para os joelhos nos joelhos, mais umas capinhas de identificação
transparentes à volta do bíceps, sendo que tudo isso se encontrava bem preso
com correias elásticas grossas. As identificações eram do aeroporto. Os dois
carregadores trabalhavam para uma transportadora conhecida por gozar de
excelente relacionamento com as divisões de carga de muitas companhias aéreas
soberanas do Médio Oriente.
— Deram o nome da filha de um cliente à Mercedes-Benz — atirou a
mensageira.
— És uma mulher — retorquiu o tipo da esquerda.
— Isto é um assunto sério. Que melhor disfarce haveria?
— E sabes o que estás a fazer?
— E vocês sabem?
— A ideia era seres tu a dizer-nos.
— Então, é melhor confiarem em mim. Vamos apanhar um táxi para as docas
antigas. Um homem vai entregar-nos uma carrinha de distribuição, com uma
distância grande entre os eixos. E vocês vão trazer a carrinha para aqui para o
aeroporto e carregá-la para dentro do avião. Entendido?
Os dois tipos assentiram. Era basicamente aquilo com que contavam.
Carregavam coisas para dentro de aviões e tinham crachás que lhes davam
entrada em qualquer portão de aeroporto. O seu a seu dono. Não estavam a
contar serem chamados ao hospital para se ocuparem de uma operação ao
cérebro.


Reacher e Neagley avançaram, cada um do seu lado do passeio, verificando
portas e espreitando às esquinas. Tentaram ver o que viam como uma versão em
câmara lenta do próprio Wiley, inspecionando a área, parando no final de cada
quarteirão, sondando, escolhendo, esquerda, direita ou sempre em frente, a
opção que lhe parecesse melhor, além de mais segura, secreta e isolada.
Por essa altura, já se encontravam bem no centro da parte do meio. E, por

Free download pdf