Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

contrário de uma cauda. E o um parece um sete. E põem uma barrinha
transversal no sete, para lhe dar um aspeto diferente. O Wiley acabou por se
interrogar sobre o que aconteceria se um funcionário alemão escrevesse uma
nota à mão e, a seguir, um funcionário americano a passasse à máquina. Ou vice-
versa. Imaginou que pudesse haver enganos.
— Foi assim tão simples?
— Achou que o exército pensaria nisso. Achou que eles fariam gráficos e
tabelas e que trocariam os uns por setes e os setes por uns. Mas, ao que parece,
as histórias do tio Arnold eram uma loucura. Havia uma burocracia desenfreada.
E o Wiley acabou por se interrogar então sobre o que aconteceria se um número
passasse por três fases e não duas. Ou seja, suponhamos que um funcionário
americano escrevia uma nota à mão, que, a seguir, um funcionário americano a
passava à máquina e que, por fim, outro funcionário alemão escrevesse outra
nota à mão, a partir da página passada à máquina. Ou ao contrário. A começar
tanto pelos uns como pelos setes. Pôs-se a fazer ele gráficos e tabelas. E concluiu
que isso seria um passo que o exército não daria. Concluiu que o exército não
teria consciência das falhas do próprio sistema. E tinha razão. O caixote estivera
sempre ali. Encontrou-o à terceira tentativa.
Reacher ficou calado. Limitou-se a assentir e a afastar-se. A mensageira
cruzou o olhar com o dele. E disse:
— Eu posso ajudar.
— Não quero o teu dinheiro — respondeu ele.
E ela retorquiu:
— É outra coisa. O gordo está enganado. Uma carrinha atravessou mesmo a
ponte. Estava a ir-se embora quando nós chegámos.

Free download pdf