Escola da Noite

trata.
— E é por isso que aqueles tipos ainda não entraram em pânico.
— A não ser que tenham encontrado o livro dos códigos. Isso é capaz de lhes
dar uma pista.
— Só que está em código.
— É como disse o outro. Há que pensar no Dia D. De certeza que aquilo é
fácil de compreender.
— Estamos a falar de um armazém cheio de sapatos. Acho que o teu palpite
saiu furado. Isto é surreal.
— Tal como é afixar uma bomba atómica ao suporte de uma ponte e desatar
a correr dali para fora.
— Isso era dantes.
— Eles não sabem o que têm. Estavam com esperanças de que fossem
metralhadoras. Granadas, se calhar. Estão ali dentro a coçar a cabeça.
— É uma possibilidade. Mas só temos uma hipótese de acertar.
— Então é melhor esperar que seja a possibilidade certa.
— Mas será?
— Vamos perguntar a opinião do Griezman — disse Reacher.
Griezman encolheu os ombros. Na opinião dele, Dremmler era um arrojado e
ambicioso instigador e demagogo. O homem adorava História, movimentos e
causas, e o poder acumulado por grandes homens que atacam no momento certo.
Griezman achava que, um dia, era possível que ele se revelasse muito perigoso.
Mas, até então, era só garganta. Ou seja, não possuía experiência. Ou seja, era
provável que se visse assoberbado com o primeiro projeto importante. Nunca se
fazem planos para o que vem a seguir. Portanto, era plausível que ele parasse
para respirar um pouco. Num local seguro. Por isso mesmo, era plausível que
escolhesse as instalações dele. Aliás, era mais do que plausível. Era praticamente
uma certeza. Ali estaria a comandar as coisas. Era a natureza humana.
— Se for ele — afirmou Sinclair.
— Só há uma maneira de ter a certeza — retorquiu Reacher.