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Dremmler manteve-se à secretária e Reacher sentou-se numa cadeira vaga,
ao lado do Davy Crockett. Como um anfitrião e dois convidados. Uma conversa
a três. Três pontos de vista. Mas em que nada foi dito. Pelo menos, durante os
primeiros e vários minutos. Reacher tirou o dossiê de cima da secretária e tentou
perceber o que lá dizia. Introduzia-se um código de seis dígitos rodando os
botões de seta. Oficialmente, uma pessoa tratava de três dígitos e ligava o
interruptor de ativação que lhe cabia, a segunda pessoa tratava dos outros três e
ligava igualmente o respetivo interruptor de ativação. O interruptor do meio
ficava desligado. Para que serviria? O dossiê não explicava.
Vinham elencados dez códigos de seis dígitos. Indexados a dez números de
série. Prontos para o pau de giz de um armeiro.
— Que coisa é essa? — perguntou Dremmler.
— O que estava a contar que fosse? — retorquiu Reacher.
— Não sei do que está a falar.
— Para ajudar a sua causa a marcar uma posição.
— É melhor ir-se embora imediatamente — afirmou Dremmler. — Esta
conversa chegou ao fim.
— Ai sim? — retorquiu Reacher.
— Você não possui nenhuma autoridade aqui. Isto é um simples mal-
entendido. Nem sequer sei o que aquela coisa é.
— É uma bomba. E você roubou-a. Depois de andar a perguntar qual era o
novo nome do Horace Wiley.