Escola da Noite

Neagley disse:
— Já nos podemos ir embora. Não é este. O nosso tipo não ia conseguir
entrar.
Reacher retorquiu:
— Então e o nosso café?
— Provavelmente, é horrível.
E o rapaz disse:
— Não é horrível. Aqui, o café é bom.
— Acabaste de me convencer. Agora, sai-me da frente.
Coisa que o rapaz não fez.
Preferiu afirmar:
— Aqui, nós é que dizemos o que acontece. Não são vocês. A ocupação
americana já terminou. A Alemanha é dos alemães.
— Até parece que te estás a preparar para lutar comigo por causa disso.
O miúdo deu um passo em frente.
E disse:
— Não temos medo.
Parecia um mauzão de um filme antigo a preto-e-branco a falar.
— Achas que o amanhã vos pertence? — perguntou Reacher.
— Acho que sim.
— E não sabes que é uma loucura fazer a mesma coisa vezes sem conta e
ficar a contar com um desfecho diferente? Nunca ouviste falar disso? É o que os
médicos andam a dizer agora. Parece que vem do Einstein. Que era alemão,
certo? Vê lá tu!
— É melhor irem-se embora.
— Vou contar até três, puto. Sai-me da frente.
Nenhuma resposta.
— Um.
Nenhuma reação.
Reacher acertou-lhe quando chegou ao dois. Uma batotice, tecnicamente,
mas porque não, caraças? A segunda hipótese já se tinha esfumado há muito.