Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

Seguiram caminho e desistiram passadas cinco ruas. Havia demasiados locais
plausíveis. Estar a conjeturar gostos e preferências pessoais diminuía as
possibilidades, mas continuavam a restar múltiplas opções para cada cenário.
Não havia maneira de prever onde os dois homens se encontrariam.
Reacher disse:
— Vamos ter de fazer isto ao contrário. Vamos ter de nos manter quietinhos e
esperar que o mensageiro volte, para depois o seguir até ao ponto de encontro. E
ver com quem ele se reúne. O que, tudo somado, vai ser muito difícil. Vai ser
necessário muita arte, nestas ruas. E muita gente. Vamos precisar de uma equipa
especializada em vigilância.
E Neagley retorquiu:
— Seja como for, não podemos. Não podemos queimar o iraniano.
— Mas não faríamos nada. Limitávamo-nos a esperar. O tempo que fosse
necessário. Agora só precisamos de ver a pessoa com quem ele se vai encontrar.
Se soubermos quem é, podemos voltar a ela mais tarde, de outro ângulo.
Podemos ficcionar uma investigação que nos conduza a ela de outra maneira
qualquer. Ou inverter a ordem de uma investigação verdadeira. Tanto num caso
como no outro, daria a ideia de que o mensageiro não estaria envolvido. O
estatuto do iraniano não se alteraria.
— E ainda há sequer quem tenha equipas especializadas em vigilância?
— De certeza que a CIA tem.
— Em todos os consulados? Ainda? Duvido. É melhor contares só contigo e
comigo. E isso vai ser muito difícil. Como tu disseste. Sobretudo porque o
prédio tem quase de certeza uma entrada de serviço. Vamos ficar separados
desde o início.
Reacher retorquiu:
— Talvez o Waterman tenha gente.
— Isto devia ser uma operação maior.
— Podemos ter tudo o que quisermos. Foi o que o homem disse.
— Mas não sei ao certo se ele estava a falar a sério. Vai dizer que só vigiar o
apartamento já é um risco para o iraniano. Coisa que é. Podem ser duas semanas

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