Escola da Noite

anos, mas os cinquenta ainda vinham longe. Era de estatura média e magro. Um
homem cheio de estamina. Resistência, em vez de força. E a começar a perdê-la.
Um dirigente de homens, mas não tão inquestionavelmente credível como fora
em tempos. Trazia o uniforme militar vestido, com os vincos bem marcados.
Cheirava a sabão.
Reacher disse:
— Faça o favor de me repetir as suas ordens, meu coronel.
E Bartley respondeu:
— Devo entrar num veículo onde se encontram dois polícias militares e, para
evitar quaisquer dúvidas, devo considerar-me em todos os momentos sob a
legítima jurisdição desses mesmos oficiais, bem como responder com
sinceridade e o melhor que me for possível às questões que me apresentarem,
pois, para evitar quaisquer dúvidas adicionais, devo considerar tais ordens
provenientes do próprio presidente.
— Ele tem jeito para as palavras, não tem?
— Foi advogado.
— Foram todos advogados.
— Que questões têm para mim?
Reacher retorquiu:
— O meu coronel escolheu o dia errado para desaparecer.
— Não tenho nada para dizer acerca disso.
— Nem sequer se for o presidente a perguntar?
— É uma questão de privacidade. Esse dia não tem nada que ver com o meu
desempenho profissional. Nada que ver com os meus deveres.
— É bom saber. Mas acho que a questão é mesmo essa. Querem saber o que
faz nos tempos livres. O senhor é um oficial superior. Existem consequências.
Estas coisas podem ser boas ou más. E o senhor devia dizer-nos. Está a arriscar
dar rédea solta à nossa imaginação.
— Não tenho nada para dizer.
— Isso é um erro tático. Está a chamar a atenção. Não há fumo sem fogo.
Está a entrar no ponto de não retorno, meu coronel. Daqui em diante, vai