® Piauí ed. 185 [Riva] (2022-02)

(EriveltonMoraes) #1

levei o dia amuado, debaixo dos braços, beliscando as pelancas, a mocidade desvivida
e enfiada num canto surdo e mudo qualquer da cabeça, concluí,


isso, a velhice num de repente, assim diluída, a não ser que...,


olha, se a homeopatia vale mesmo, basta nascer, e pronto!,


já carregamos, lá atrás, o velho desde então, ... aquele que somos, mas depois de
amanhã, não pensa assim?,


... o que valerá em reversas direções, também, ora, ora, os primeiros anos reverberados
em erradas rugas, da mesma outra forma, nas dobras da pele e do pensamento,


... estes restos vívidos da juventude, ainda validos e revividos, sidos sendo, de novo,
como da primeira destas tantas e demais vezes,


devaneio?


puta que o pariu, moça!,


já tomei esses compridos, hoje, ... eu, ... ninguém acredita em mim, por estas bandas...,
por quê?, aqui é o inferno?, hein?,


fala, capeta!, ... responde, bugio das profundas!,


... ou somente cismas?,


a gente sabe quando morre?,


isso explicaria muita coisa, se é que se perceba quando pelejamos vivos, também, e,
mesmo, se fomos vivos de fato, um dia, porque as dúvidas vão retesadas, sempre, pra
ambos os lados do ser e do não ser, segundo o célebre verso do bardo inglês, correto ao
menos nas incertezas que valem questionamento, cuja resposta se faz nos silêncios,


... sim e não, ao mesmo tempo, pois as dúvidas, por isso mesmo, também nas
dissipações, quem há de negá-lo?,


sei lá, não sei cá, sei aqui, não se sabe se lá!,

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