O
cérebro é um universo e, como tal, uma forma efi-
ciente de melhor compreendê-lo pode ser criar
um mapa. Cientistas já trabalham nessa área de-
nominada conectonomia. O Projeto Conectoma
Humano, lançado nos Estados Unidos, pretende fornecer justa-
mente um diagrama da fiação estrutural do cérebro. Mas, como
no caso do verme, esse mapa é só um ponto de partida. Apenas
ele não conseguirá documentar os sinais elétricos em constante
variação que produzem processos cognitivos específicos.
Para fazer esse registro são necessárias técnicas sofistica-
das de medição de atividade elétrica, superiores às tecnolo-
gias disponíveis – que permitem observar um quadro preciso
da atividade de grupos relativamente pequenos de neurônios,
ou imagens não nítidas de áre-
as cerebrais grandes, mas ain-
da sem a resolução necessária
para identificar circuitos cere-
brais tão específicos. Registros
em boa escala atualmente são
feitos inserindo eletrodos finos
como agulhas nos cérebros
de animais de laboratório para
acompanhar o disparo de um
neurônio isolado, o impulso elétrico acionado após a célula re-
ceber sinais químicos de outras células cerebrais.
Quando um neurônio é estimulado adequadamente, a tensão
elétrica através da membrana exterior da célula se inverte. Essa
mudança de tensão induz canais de membrana a introduzir só-
dio ou outros íons carregados positivamente. A entrada, por sua
vez, produz um “pico” elétrico que percorre o axônio – a proje-
ção longa da célula – estimulando-o a enviar um sinal químico
próprio para outros neurônios e assim continuar a propagar o
O nanodiamante, um
novo material importado
da óptica quântica pela
neurociência, é altamente
sensível a mudanças em
campos elétricos que
ocorrem enquanto uma
célula cerebral oscila
especial
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