Mente Cérebro - Edição 317 (2019-06)

(Antfer) #1
especial

rônios. A nanotecnologia, com novos materiais quase sempre
inferiores às dimensões de moléculas individuais, pode ajudar
nas gravações em grande escala. Matrizes de protótipos fo-
ram construídas incorporando mais de 100 mil eletrodos em
uma base de silício; esses equipamentos conseguiram regis-
trar a atividade elétrica de dezenas de milhares de neurônios
na retina. Maior refinamento dessa tecnologia permitirá o em-
pilhamento dessas matrizes em estruturas tridimensionais, di-
minuindo os eletrodos para
evitar danos aos tecidos e
estendendo eixos para pe-
netrarem profundamente
no córtex cerebral, a super-
fície mais externa do cére-
bro. Esses progressos pos-
sibilitariam a gravação de
centenas de milhares de
neurônios em humanos, discernindo as propriedades elétricas
de cada célula.
Eletrodos são apenas um modo de monitorar atividades
neuronais. Técnicas além dos sensores elétricos abrem cami-
nho nos laboratórios. Biólogos tomam emprestadas técnicas
desenvolvidas por físicos, químicos e geneticistas e começam
a visualizar neurônios vivos em animais acordados, vivencian-
do suas rotinas diárias.
Um indício do que pode surgir ocorreu há alguns anos, quan-
do Misha Ahrens e seus colegas, no campus Janelia Farm do
Howard Hughes Medical Institute, em Ashburn, Virgínia, usaram
uma larva de peixe-zebra para imageamento microscópico do
cérebro inteiro. O peixe-zebra é um dos organismos favoritos

As nanopartículas podem ser
combinadas com corantes,
produzindo moléculas
híbridas para que sirvam como
“antenas” para amplificar
sinais de baixa intensidade
quando um neurônio é ativado

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