Manual do Construtor - Eletricista (2019-08)

(Antfer) #1

18Manual do Construtor Editora Provenzano


SEGURANÇA


Por Hélio Eiji Sueta e Celso Pereira Braz*


Para proteger uma edificação das descargas atmosféricas
(conhecidas como raios ou relâmpagos) é necessária a
instalação de um Sistema de Proteção contra Descargas
Atmosféricas (SPDA), por um engenheiro eletricista ou técnico
em eletrotécnica. Em projetos maiores como prédios, por
exemplo, a execução deve ser feita por empresas de instalações
elétricas, devido à maior estrutura que elas possuem e por
questões de segurança. Em ambos os casos, é importante
verificar se a proteção está sendo feita de acordo com a norma
brasileira NBR 5419, para Proteção de Estruturas Contra
Descargas Atmosféricas, de 2001. A norma possui um anexo
que determina a necessidade de proteção, que varia de acordo
com a média dos números de raios que cai em uma cidade,
com a altura e a área da edificação, além do tipo de utilização
da edificação (escola, museu, fábrica) e do material empregado
na construção (alvenaria, estrutura metálica). A norma determina
também como devem ser realizados o projeto, a instalação e
a manutenção dos três subsistemas de um SPDA: captação,
descida e aterramento. A norma prevê como deve ser a
documentação e a manutenção de um SPDA, que além da
instalação deve ser inspecionado periodicamente por um
especialista. A inspeção, segundo a NBR 5419, consiste em
verificar se o SPDA está de acordo com o projeto, o estado dos
componentes, das conexões e fixações, que deverão estar firmes
e livres de corrosão, se a resistência de aterramento está
compatível com a norma, se há novas construções em volta
da inicial ou se houve alguma reforma. Todo ano a inspeção
visual do sistema deve ser feita.


Tipos de proteção
Existem três tipos de proteção: tipo Franklin, Gaiola de Faraday
e Modelo Eletrogeométrico e também é possível realizar uma
composição entre eles, ao utilizar, por exemplo, a gaiola de
Faraday e instalar uma haste (Franklin) em um determinado ponto
da edificação. O tipo Franklin consiste na instalação de mastros
que são pontos preferenciais para o recebimento dos raios. A
gaiola de Faraday, como o próprio nome diz, é composta por
uma malha colocada adequadamente no teto e nas paredes das
edificações, perfazendo uma gaiola. No modelo Eletrogeométrico,
utiliza-se uma teoria baseada no raio de atração das
descargas em que, a edificação protegida com malhas e/ou
mastros, é verificada através de uma esfera fictícia a qual é
passada pela edificação, para confirmar a proteção. Qualquer
que seja o tipo utilizado, não existe uma proteção 100% segura,
já que as descargas atmosféricas são fenômenos completamente
aleatórios. Por isso, seria anti-econômico instalar uma proteção
para todos os tipos de descargas. O melhor, neste caso, é avaliar
o risco de uma descarga atingir uma edificação e, de acordo
com dados estatísticos, realizar a proteção para uma porcentagem
elevada de descargas. Um exemplo é proteger uma edificação
para 80% das descargas atmosféricas.

A proteção vai além do SPDA
O fato de uma edificação possuir um SPDA instalado
corretamente não significa que os aparelhos que estão dentro
dessa edificação serão protegidos. Para isso, é preciso fazer a
proteção desses equipamentos, através de protetores contra
surtos adequados. Esses aparelhos são dispositivos utilizados

Proteção contra

descargas

atmosféricas

Saiba como prevenir a edificação
dos perigos dos raios

Fotos: Marco Antônio Borges
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