Olhou então para o policial com um sorriso, que ele retribuiu.
E agora? Precisava falar com o superintendente de polícia que tinha acabado de
ver na TV, o tal de Juncker, se possível de maneira um pouco informal. Por exemplo,
se o encontrasse casualmente pelos corredores e aí conseguisse que ele lhe contasse
alguma coisinha que, no fundo, não tinha vontade de contar. Mas como? Evitar o
vigia de que jeito? Se telefonasse para Juncker, diriam que primeiro deveria marcar
hora, e então ele teria tempo de se preparar para a entrevista e estaria na defensiva.
- Vamos – sussurrou para si mesma. Recolocou o celular na bolsa e se aproximou
do guichê de atendimento sem fazer a mínima ideia do que diria. O policial abriu a
janelinha de vidro e perguntou: - O que você disse?
- Eu disse “Bom dia”. – Eva sorriu para ele.
- Bom dia – disse ele, com um sorriso enviesado.
Eva tirou da bolsa o desenho de Malte. - Prometi a Jens Juncker que passaria pela sala dele para deixar isto quando
acabássemos.
O policial olhou para o desenho. Não estava entendendo nada. - É um desenho da sala de Juncker. Foi uma criança quem fez. Nós o usamos na
reportagem – disse Eva, e indicou o furgão da TV2. O policial continuava olhando
para o desenho do terrível assassinato, o sangue... – Ele não deixou você avisado? - Não.
- Prometi que eu passaria pela sala dele depois que a gente acabasse – insistiu Eva.
- OK.
- Também posso deixar com você. Só tem que prometer que vai levar lá agora
mesmo. - Você sabe onde fica a sala?
- Mas é claro.
O policial apertou o botão, e a porta se abriu. Eva entrou com passo firme e