Universidade de Copenhague – 14h47
Na saída do metrô, Eva quase trombou com dois mochileiros italianos. Um
estava comendo sanduíche, o outro tinha sentado na mochila, que mostrava uma
enorme bandeira italiana bordada. O primeiro sorriu para Eva, depois se levantou e
assobiou quando ela passou. Ela se voltou. Agora estavam os dois de pé, o abusado
com os braços abertos, convidando-a. Eva balançou negativamente a cabeça e
seguiu em frente, rumo à universidade. Por que os italianos eram os únicos homens
da Europa que ainda não tinham entendido nada? As mulheres não se deixam
enganar pelos galanteios de rua. Não dão meia-volta para se jogar nos braços dos
homens, como o jovem viajante esperava. O amor das mulheres se distribui
conforme um sistema baseado em méritos, status e em mil outras coisas de um
homem. Tudo complexo demais para se resolver em alguns segundos na rua, com
um assobio e um sorriso. Deu uma última olhada para trás. O mochileiro olhava
para ela, abatido. Com os braços ainda abertos, levantou os ombros até as orelhas,
como um jogador de futebol que tivesse recebido injustamente o cartão vermelho.
- Por favor... – disse Eva, sorrindo para a mulher de meia-idade que estava saindo
naquele momento. - Sim?
- O Instituto de Artes e Estudos Culturais?