- Cem por cento. É a única ferramenta de trabalho que temos.
- É da dama de companhia da princesa consorte.
Rico refletiu durante alguns segundos. - Você vai ter que me ajudar agora. Não sou muito de imprensa rosa.
- O irmão dela, Christian Brix, acaba de se suicidar.
- Ele tem algo a ver com Bruxelas?
- Esse mesmo. Teve tanta consideração que mandou um torpedo para a irmã
antes de estourar os miolos. - Comovente.
- Não acredito nessa história de suicídio.
- E não acredita por quê?
Eva pensou um pouco. Poderia confiar em Rico?
Ele se adiantou: - Se você quer que eu a ajude com um troço tão fodido, precisa me convencer de
que isso vai ser bom para a sociedade dinamarquesa. Você pode até achar besteira,
mas é assim que eu penso.
Eva assentiu. Era daquele jeito mesmo. Desobediência civil, desrespeitar as leis e
esquivar-se delas – isso os jornalistas podiam fazer sempre que fosse a serviço da
justiça. Não se livravam assim do castigo. O castigo era o mesmo que para os outros.
Mas, diferentemente dos delinquentes comuns, o jornalista ganhava mais respeito
das pessoas quanto mais longe ia, na hora de descobrir a verdade. Watergate. Ou o
Caso Tamil, a corrupção na prefeitura de Farum.[7] O padrão era o mesmo –
alguém tinha pisado na zona cinzenta. - A creche onde trabalho...
- O que acontece com ela?
- Helena... Já contei que é esse o nome dela? Eu falo da dama de companhia da
princesa consorte. O filho está matriculado na creche. O nome dele é Malte. Disse
que o tio foi assassinado.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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