lado para o outro, imersos na própria confusão, do jeito que ela se sentia.
- Eva?
Voltou-se. Era Kamilla, com um olhar triunfante. - Isso. Quero dizer, oi – disse Eva.
Kamilla fechou a porta. Estavam a sós. - Resolvi que não consigo mais viver com isso.
- Com o quê?
- Com a decisão de ficar de boca fechada.
- Aquilo do menino na floresta?
- É. Aquilo e o que aconteceu ontem, o jeito como acusaram você. Eu disse ao
Torben que vamos subir para falar com ele. - Vamos?
- Vamos. Você e eu.
- Eu preferiria não fazer isso – disse Eva, e limpou a garganta. – Não acho que o
caso da floresta tenha alguma coisa a ver comigo, e a história do celular... - Mas está óbvio que você não pode se conformar com aquilo! – disse Kamilla,
interrompendo-a. – Se você não puser a boca no mundo, vamos pensar que foi você
quem pegou, e não foi, né? - Não, claro que não.
- Então. E por que você acha que hoje a Anna avisou que não vem porque está
doente? - Porque não está bem?
- Porque não quer se colar demais ao Torben nesse assunto. O Torben ficou
isolado. Ter escondido aquilo da floresta foi ruim. A gente não pode viver com uma
coisa dessas. - A gente?
- A instituição – disse Kamilla. – Os funcionários. Não dá.