Bo-Bi Bar – 18h50
“Ar fresco”, pensou Eva, antes de inspirar e encher os pulmões durante longos e
gostosos segundos. Depois empurrou a porta e entrou no bar cheio de fumaça.
Sentou junto ao balcão, como da última vez. Nova garçonete. Ouviu o nome –
Louise – quando um dos clientes a chamou.
- O que você disse mesmo?
- Vinho branco, obrigada.
Eva tentou tranquilizar-se, relaxar, mas o olhar se negava a obedecer e continuava
procurando rostos, procurando outros olhares, pessoas que olhassem para ela.
Alguém a seguia? Alguém a vigiava? “Não”, pensou. Não se via soldado em parte
alguma. Disso tinha quase certeza. E Rico? O que tinha sido feito dele? Eva tinha
chegado um pouco atrasada de propósito, justamente para não parecer uma solteira
desesperada. O que tinham combinado de fato? Que se veriam? Ou que ele lhe
deixaria um recado? Eva esperou até a garçonete passar por ela. - Com licença.
A garçonete olhou para Eva. - Alguém deixou recado para mim?
- Não.
- Tem certeza? Eu sou a Eva.
- Absoluta. Sorry.
Pensou na promessa que tinha feito a Rico: que dormiria com ele. Rico tinha