enfiar-se no meio deles. Kamilla ficou em segundo plano, não no centro, ainda.
- Oi para todo mundo! – gritou Anna. Sua voz falhou; Anna parecia estar como
Eva por dentro: nervosa, como quem perdeu alguma coisa. – Prestem atenção. Vou
resolver as coisas o mais rápido possível, para que você possam aproveitar o tempo
bom e sair para brincar. Na verdade, é um assunto que diz respeito mais aos adultos.
Kamilla sorriu. Eva se colocou ao lado de Malte. “Ele está muito elegante hoje”,
pensou. Com camisa social, calça bem passada e risca no cabelo, parecia um
principezinho. - Posso sentar aqui? – Eva sussurrou para o menino.
Ele não respondeu. Eva olhou para Anna. - Infelizmente, a notícia é um pouco triste – continuou Anna. – O Torben
optou por... – Olhou para Kamilla. – Bem, ele está sofrendo um tipo de estresse e
vai tirar licença médica por tempo indeterminado. - Ele vai morrer? – perguntou um dos pequenos.
- Não. O Torben não vai morrer.
Alguns dos adultos riram. Vários dos pequenos queriam fazer perguntas. Anna
dedicou algum tempo a responder a eles; pelo visto, era importante que as crianças
também se inteirassem do que estava acontecendo. - Malte... – Eva tornava a sussurrar para o menino. – Você está me ouvindo? A
gente tem que conversar.
Kasper fez cara de azedume para Eva. Teria escutado os cochichos? Não, era
porque Anna tinha chegado ao ponto mais importante da reunião. Kamilla tinha se
instalado ao lado de Anna. - Por isso, vou assumir o cargo de diretora interina – disse Anna –, e Kamilla vai
ficar no de subdiretora. Assim, vocês já sabem a quem procurar.
Anna sorriu. Dois dos professores aplaudiram; as crianças pareciam estar ficando
entediadas.
Eva pegou o braço do menino.