- Temos que conversar, Malte. É importante.
Malte fez um movimento como se quisesse soltar-se, mas o gesto não parecia
totalmente sincero. Eva precisava ficar a sós com ele um instantinho. Precisava ser
de imediato; ela não teria chance melhor do que aquela. Quase todos os adultos
tinham se reunido num grupo. Kamilla falava de segurança, do que ela defenderia
como subdiretora, dos valores pelos quais lutaria.
Eva se levantou. Pegou Malte pela mão. - O Malte precisa ir ao banheiro – sussurrou para Kasper sem que Malte ouvisse.
Dirigiu-se ao menino: – Venha comigo. - Aonde a gente vai?
Eva não respondeu. Malte não parecia querer acompanhá-la. - Você está me machucando.
- Ande logo.
- Aonde a gente vai?
- Ao parquinho. Venha. Antes, temos que calçar os sapatos.
Eva não parou até chegar ao vestiário, sentou Malte no banco e se ajoelhou diante
dele. Continuava ouvindo a voz de Kamilla na sala de reunião. Estavam
aplaudindo. Por que faziam isso? Era porque Torben tinha ido embora? O rei tinha
morrido. Tinha ido embora porque quebrou as regras. Viva a nova rainha. - Malte?
- Hã?
- Aquela noite... o seu tio Christian. Você sabe do que estou falando?
O menino não respondeu. - Alguém disse que você não devia falar daquilo? Alguém disse isso?
Malte baixou os olhos. Eva, suavemente, pegou-o pelo rosto com as duas mãos. - Agora você tem que prestar bastante atenção ao que vou dizer. Se a sua mãe, ou
o seu pai, ou qualquer outra pessoa mandou você guardar segredo... Eu falo do fato
de que mataram o seu tio... Se pediram isso, é porque estão contando mentira. –
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1