- Papai, vocês têm que sair daí agora mesmo!
- Só um instante, filhota. Não consigo ouvir quando as duas falam ao mesmo
tempo. - Papai! – O telefone fazia ruído. Eva agora gritava: – Papai!
Os ciganos impacientes retrocederam dois passos. Fez-se silêncio durante alguns
segundos, tempo suficiente para que Eva imaginasse o pior – o pai e Pernille
mortos. - Eva?
- Sim, papai!
- Já estamos no jardim. Você também deixou a janela do porão escancarada! O
que você tinha na cabeça, filhota?!
Eva sentiu quanto as lágrimas se acumulavam nos olhos. - Papai, preste atenção! Vocês têm que sair daí. Vocês correm perigo.
- Do que você está falando? Perigo? Que perigo? O que está acontecendo?
- Vocês têm que ir para longe da casa!
- Não estou entendendo nada.
- Não posso dizer muita coisa agora. Tem a ver com o trabalho. É importante.
- Filha, você está bem?
- Estou, sim; estou ótima – disse Eva, e viu o próprio reflexo no vidro. – Prometo
que volto a ligar logo, logo, e conto um pouco mais. Eu estou bem, sim. Voltei a
fazer trabalho de jornalista. – Eva percebeu quanto estava soando falsa. Um
silêncio, que ela mesma quebrou: – Não se preocupe. Eu logo volto a ligar. - Faça isso. Estamos morrendo de preocupação.
- Você poderia fazer uma transferência para mim?
- Você não tem o cartão de crédito? Pode sacar o que quiser.
- Deixei em casa e não posso ir aí para pegar.
- Mas por que não? Você vai ter que explicar para a gente...
- Papai, por favor. Só estou pedindo para você fazer uma transferência. Não,
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1