Hospital Nacional, Copenhague – 22h30
Marcus parou um instante e esfregou o rosto. Sentia-se atordoado, num mundo
pouco nítido e cheio de medicamentos, com as substâncias que tinham injetado
nele e que lhe embotavam os sentidos. Sua mão sangrava, ali onde haviam
introduzido o cateter, antes de Marcus tê-lo arrancado.
- RIG363 – murmurou. Sabia o que precisava fazer: chegar à porta e abri-la,
empurrando-a, não com o pé, que doía, mas com o ombro. Sentar em frente ao
computador. Achá-la. - Você não deveria estar deitado?
De onde ela havia saído? De repente, estava ali. Sorridente, amável, mas com um
olhar que exigia resposta. - Eu só queria...
- Agora eu o ajudo a voltar para o quarto – disse a enfermeira desconhecida, e se
aproximou dele. - Eu consigo fazer isso sozinho. Só queria esticar as pernas.
- Agora você tem que dormir – ela insistiu. – Em que quarto você está?
- Lá, lá – respondeu Marcus, e fez um gesto com a cabeça para mais adiante no
corredor, onde estava a sala com o computador. – Logo ali. - E acha que consegue?
- Consigo, sim.
- Pois muito bem. Boa noite, então – disse a enfermeira, e o seguiu com o olhar