Centro de Copenhague – 9h30
A cabine telefônica cheirava a urina. Eva ligou para o legista ao mesmo tempo que
observava a entrada do edifício onde morava Beatrice Bendixen, a devotada auxiliar
de Rico.
- Hans Jørgen – disse o legista com impaciência. Seu tom parecia dizer que a
morte não espera ninguém. - Sou eu – disse Eva, e se apressou a acrescentar: – Nada de nomes pelo telefone.
- Só um segundo – ele disse.
Eva ouviu que ele deixava o celular em cima da mesa e fechava a porta em algum
lugar. - Pronto.
- Descobriu alguma coisa?
- Descobri. Podemos nos encontrar?
Eva hesitou. O legista estaria mancomunado com eles? Ela tinha como confiar
naquele homem? - Podemos.
- Vou acabar ali pelas onze e meia.
- No mesmo lugar da última vez?
- Não. Vai ter que ser no Departamento de Medicina Legal.
- Por quê?
- Por quê? – Hans Jørgen Hansen riu, e seu riso teve efeito tranquilizador em