- Você está falando do quê?
- Não importava se era a minha operadora; podia ter sido outra empresa. O Rico
sempre conhecia alguém de dentro. Ele era assim. Por isso me usou, e eu o usei. OK? - OK.
- Só que é ilegal. Você está me entendendo?
- Mas você já tinha ajudado o Rico algumas vezes – disse Eva, muito calma e
composta. Na mesma hora, viu que se desenrolava diante de seus olhos uma
pequena história – a história de uma mulher bonita e insegura que estava solitária e
tinha se deixado usar por Rico; uma mulher que lhe dava informações enquanto
ele, em troca, a embromava lá da redação e lhe dava alguns momentos de
intimidade, momentos nos quais ela não se sentia sozinha no mundo. - Eu disse a ele que não queria fazer aquilo.
- Claro.
- Que era a última vez – disse Beatrice em voz alta, ao mesmo tempo que o
organista parava de pressionar as teclas. A repentina suspensão da música fez que as
palavras de Beatrice sobrepujassem os ruídos da catedral, como se fossem a última
frase de um sermão.
Uma idosa se voltou e olhou para as duas.
Eva baixou a voz. - O que o Rico queria saber?
- As chamadas feitas e recebidas pelo celular de Brix.
- Saber com quem ele esteve em contato?
- Isso. Tudo que eu pudesse encontrar da noite em que Brix morreu.
- E você encontrou o quê?
- Eu não tinha acesso aos torpedos. Para isso, precisaria passar pelos meus chefes;
SMS é uma coisa muito protegida. - Mas então você descobriu o quê?
- Os únicos dados a que temos acesso lá no departamento são os números para os
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1