juiz.
- O morto sofreu impacto potencialmente fatal no crânio e depois um disparo,
que aconteceu a dezoito centímetros da parte posterior do crânio, provocando
morte instantânea. - Pois bem. Perfeito. Só fatos. Mas como?
- Isso é com a polícia.
- Desta vez a polícia não está do nosso lado, Hans Jørgen – disse Eva. – Então,
vamos especular juntos, OK? Ele caiu, e depois os outros... Primeiro o levaram para
o parque. E lá deram um tiro na cabeça para parecer suicídio.
Silêncio. O legista não gostava muito de especular. - Existem outras opções possíveis? – perguntou Eva.
- Que ele...? Não.
- É, que ele bateu a cabeça e depois, talvez para se livrar da dor, estourou os
próprios miolos.
Hans Jørgen balançou negativamente a cabeça. - Mas – disse o legista – como supor que ele possa ter chegado ao parque depois
de ter batido a cabeça daquele jeito? - Vai para lá para se matar. Mas, chegando lá, cai e bate a cabeça. Depois
concretiza o suicídio com a espingarda de caça. - Com o golpe forte que levou na cabeça, isso não é muito provável.
- Então, estamos falando de homicídio que fizeram passar por suicídio?
- Não – respondeu Hans Jørgen.
- Não?
- As coisas não são assim.
- Como?
- Você vai depressa demais – ele disse, ligeiramente irritado. – Não pode ficar
conjeturando desse jeito com base nas fraturas cranianas. - Pode ter sido acidente?