- Você por acaso conhece um médico chamado Boris Munck? – perguntou
Marcus. - Aqui, no Departamento de Neurologia e Anestesia?
- Só sei que ele é médico.
- Médico, claro que temos alguns. Talvez você deva tentar na recepção.
Tinha que voltar para o elevador. Este o levaria direto para lá.
Havia dois homens sentados atrás do balcão de atendimento. Um falava ao
telefone, no fundo; o outro, um sujeito jovem, parecia simplesmente cansado.
- Em que posso ajudar? – disse o rapaz, e tentou sorrir.
- Estou procurando um médico do hospital. O dr. Boris Munck.
- E ele está trabalhando hoje?
- No pronto-socorro.
- Acho que não; aqui não há pronto-socorro. O hospital tem um Centro de
Traumatologia, mas é para feridos graves, acidentes de trânsito e coisas assim. Se
você precisa fazer algum curativinho, tem que ir ao hospital de Hvidovre ou ao de
Frederiksberg, ou chamar o plantonista. - Eu tenho consulta. Ele precisa me examinar.
O funcionário se virou para o monitor e digitou alguma coisa. - Você disse Munck?
- É. Boris.
- Só um instante.
- OK. Ele está aqui?
- Só um instante, já disse. É, aqui está. Eu tinha adivinhado certo. É mesmo
médico do Centro de Traumatologia. Seção 3193. - Obrigado – disse Marcus, e voltou para o elevador.