A Santa Aliança
– OK.
- Você tem como anotar aí?
- Acho que consigo decorar um endereço. Se não conseguir, vou gravar aqui no
mármore.
- Havneforeningen, 112, Amager Strandvej.
- Certo. O que é que vou achar lá?
- Não sei. A Tine simplesmente me passou o endereço e pediu que o desse para
você caso a gente se falasse.
Eva pensou naquilo. Uma casinha na região das chácaras urbanas de Amager? De
quem? O quê?
- Você está sozinha? – perguntou Lagerkvist.
- Por quê?
- Às vezes é preferível estar em dupla.
- Estou muito bem sozinha.
- Mesmo assim – ele disse, e deu um suspiro. – Às vezes a gente precisa de um
sparring, de alguém com quem comparar ideias.
- Mas eu tenho alguém assim. Está bem aqui comigo, nesta colina de Roma.
- Quem está aí? É jornalista?
- É você.
Silêncio. Só o canto dos pássaros, a respiração de Eva.
- Eva?
- Sim?
- Diga como é a vista daí.
- Você quer uma reportagem jornalística, com tudo nos conformes, aqui do
Fórum Romano?
- Só diga como é a vista.
- Não sei o nome dos edifícios, essas coisas.
- Vamos lá. Estou morrendo. Preciso ver alguma coisa que não seja esta merda de