estão no palácio para cuidar dos filhos do príncipe herdeiro porque o casal também
foi a um evento ou está ocupado com outros assuntos. Aparece Christian Brix;
disso, eu tenho certeza. Ele veio para dizer uma coisa importante.
- Helena está cuidando das crianças em outra parte do palácio. Fica tarde.
Helena e as crianças vão dormir, mas o Malte acorda à noite e sai para dar um
passeio por conta própria. Enquanto isso, o clima fica tenso entre Brix e outro dos
que estão jantando no Salão Rosa. Brix é levado para outro lugar, ou resolve ele
mesmo ir para um cômodo contíguo e terminar a discussão lá. Porque uma coisa é
certa: é de muito mau gosto bater boca na frente dos outros. - Ou pior – acrescentou Rigmor –, bater boca com pessoas da família real.
- E aí passam para o Taffelsalen – continua Eva. – Uma vez lá, bem... Saem no
braço. - E onde está o Malte nesse meio-tempo? – perguntou Rigmor.
- Já se levantou e entrou no Taffelsalen. Fica escondido ali, talvez debaixo de uma
mesa ou atrás de uma porta. E, do esconderijo, acaba presenciando tudo. Vê o tio
Christian cair ou ser golpeado. Só que Brix não morre. Ele aguenta, e o levam para
o parque, onde lhe dão um tiro na cabeça. Assassinato que quiseram fazer parecer
suicídio. Enquanto isso, o pequeno Malte volta correndo para a mãe, conta tudo e... - Ele talvez tenha visto tudo pelo “vitral”.
- Do que você está falando?
- No Taffelsalen, ao pé da Escada Escura, fica um quadro que é meio especial. Na
frente, é uma pintura em vidro; e, do outro lado, é como um espelho espião. A
gente tem que subir num descanso baixinho. Dali, dá para ver a sala pelo vidro sem
que ninguém veja a gente do outro lado; é como nos filmes. Funciona também
como uma espécie de alçapão, e antigamente os músicos ficavam lá para tocar para a
realeza durante os jantares. Quando a rainha era pequena, costumava brincar com
as irmãs ali. Subiam no descanso e espiavam pelo espelho. Dali, ficavam olhando os
pais celebrarem os banquetes. Foi assim que aprenderam a gerir uma corte.