- Lá fora – disse a mulher, sempre sussurrando, e apontou –, do outro lado do
portão, fica a praça do castelo. E esta porta aqui vai dar no Palácio Moltke. Mas
você precisa andar depressa, porque o guarda-noturno faz ronda de hora em hora.
Por isso, você vai ter... – Deu outra olhada no relógio. – Você tem no máximo meia
hora, talvez até um pouco menos, para estar de volta. - Você não vem?
- Você entra sozinha. Vai dar tudo certo. Não vai topar com ninguém lá dentro.
E, se topar, é só sorrir e seguir em frente, o mais rápido que puder. Vai haver
convidados e serviçais. - E como é que eu saio?
- Por onde entrou; por esta mesma porta. Mas não vai precisar atravessar o túnel
de novo. É só sair pelo portão e atravessar correndo a praça, que já vai estar na rua.
O portão abre por dentro. Você já pode devolver...
A mulher olhou para as galochas, e Eva as tirou. A mulher abriu a bolsa e lhe deu
os sapatos. - E os alarmes?
- O lugar é guardado por um regimento inteiro de soldados armados até os
dentes; não existe alarme melhor que isso. Lá dentro, não há alarme nenhum. Além
disso, estão recebendo convidados. - Onde?
- A rainha está oferecendo um banquete de gala em outro palácio, o de Cristiano
IX. Afinal, hoje é aniversário dela. Mas acontece também um jantar no Palácio
Moltke. No Salão Rosa. - Que jantar é esse?
- Da direção administrativa da corte. Nada grande.
- O Salão Rosa fica perto do Taffelsalen?
- Eu deveria ter pensado nisso.
- Em quê?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1