Distrito de Klampenborg, Gentofte, Grande Copenhague – 21h20
David desligou o motor. Pela janela, viram Hans Peter Rosenkjær deixar o
estacionamento e atravessar a rua.
- Aonde ele vai?
- Aos banhos públicos.
- Estão abertos a esta hora?
- Para os sócios, sim – respondeu Marcus. – O ano todo até meia-noite, se não
me engano.
Os olhos deles seguiram o velho enquanto este abria o portão gradeado dos
banhos, entrava e tornava a fechá-lo à chave. Os banhos, na orla marítima de
Klampenborg, tinham sido construídos sobre estacas na água salgada. Quando não
chovia, era possível ver as luzes da Suécia do outro lado do estreito. - Ele é dos que vêm aos banhos no frio – disse David. – Talvez não seja mau
lugar. - Como assim?
- No que ele sair da sauna...
- Mas quem disse que ele vai à sauna?
- Eu sei que vai. Estive aqui uma vez, faz muitos anos. Primeiro entram na sauna
e depois pulam na água. E vou estar lá, esperando. - Não quero participar disso.
- A única coisa que você precisa fazer é me esperar aqui.