retoricamente. – De onde vem o dinheiro do Abrigo de Gatos? – Levantou-se; até
certo ponto, tinha incorporado muitos dos maneirismos e expressões de Brix. – É
evidente que qualquer organização não governamental vai proteger seus
investidores. Há muita gente interessada em influenciar as coisas no mundo, mas
pouca gente quer a atenção da mídia. É por isso que existem organizações como a
nossa.
Silêncio.
Trane pigarreou e disse:
- Eu não tinha notado nada de mais em Brix – disse.
Jensen, a julgar pela expressão no rosto, estava de acordo com Trane. Marcus
retrucou: - A gente é assim mesmo. O sofrimento fica só no íntimo. Não é verdade?
Um solitário gesto de aprovação de Jensen. Trane se mostrava um tanto mais
obstinado. Marcus via que as perguntas se acumulavam na cabeça de Trane.
Precisava encerrar a reunião o quanto antes. - Trane?
- Sim?
- Você se encarrega da imprensa. Eu cuido dos aspectos oficiais...
Trane tornou a interrompê-lo: - Agora de manhã, recebi uma solicitação. Não acho que tenha alguma coisa a
ver. - Solicitação de quem?
- De um jornalista alemão muito agressivo. Fazia perguntas sobre os nossos
clientes. Está escrevendo uma matéria sobre os lobbies europeus. - Ele escreve para quem?
- É o que estou tentando descobrir.
- Da última vez que alguém quis contar o número de lobistas em Bruxelas,
chegou a quase dezesseis mil antes de desistir. E isso faz quinze anos. Eu diria que