Dossiê Superinteressante - Edição 406-A (2019-08)

(Antfer) #1
— 53

Nigéria


OrçamentO: US$ 2,3 bi
efetivOs: 162.000
aerOnaves: 131
naviOs: 75
POrta-aviões: 0
tanques: 253
armas nucleares: 0
aliadOs: EUA, Níger,
Benin, Chad e Camarões
adversáriOs: Radicais
islâmicos e Irã

O gigante
do norte
Um país de superlativos:
maior população do
continente e a segunda
maior economia, depois
do Egito, superando a
África do Sul. E, como
essa, é considerado um
dos dois grande arrimos
geopolíticos da África
Subsaariana – tanto que
o termo Pax Nigeriana é
usado para se referir à
relativa estabilidade da
vizinhança em tempos
recentes, não sem a

ajuda de intervenções
do vizinho poderoso. A
Nigéria atualmente lidera
a missão internacional
de países africanos na
supressão contra radicais
islâmicos no Mali, assu-
miu o controle das For-
ças Armadas da Libéria
e tem que enfrentar em
casa o infame grupo ter-
rorista Boko Haram. Para
isso conta com uma mis-
tura da indústria local,
muita coisa adquirida
do Ocidente e relíquias
soviéticas dos tempos da
Guerra de Biafra (1967-
1970), quando o governo
do país recebeu apoio da
URSS e do Reino Unido
ao mesmo tempo, algo
muito raro na Guerra
Fria. A Aeronáutica conta
com 12 caças leves ale-
mães Alpha Jet dos anos
1970, nove obsoletos
chineses F-7 (1966), 3
modernos chineses J-17
e 12 EMB-314 Tucano
brasileiros encomenda-
dos. A Marinha passa
por revitalização, voltada
a proteger os rios e o
litoral próximo.

Colômbia


OrçamentO: US$ 12,1 bi
efetivOs: 295.000
aerOnaves: 490
naviOs: 234
POrta-aviões: 0
tanques: 0
armas nucleares: 0
aliadOs: EUA, Brasil
adversáriOs: Venezuela,
Rússia, Cuba, guerrilheiros
e paramilitares

Inimigo em casa
Depois do Brasil, a Colômbia
é o país latino-americano com
maiores Forças Armadas e maior
orçamento militar. Não é por
nada: é um lugar onde a Guerra
Fria nunca terminou. Desde os
anos 1960, mais de uma dezena
de grupos lutou pela revolução
comunista e contra ela, dos
quais as famosas FARC (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia), agora em cessar-
fogo, são o mais poderoso. Do
outro lado, os paramilitares de
ultradireita, como a Oficina de
Envigado, remanescente das
forças de Pablo Escobar. Todos
sustentados pelo narcotráfico.
Todos se enfrentando entre
si e as forças colombianas e
americanas – nenhum país da
América do Sul é tão consis-
tentemente pró-americano. E
nisso ainda entra a Venezuela,
acusada pela Colômbia de dar
suporte a esses grupos. Em
meio a isso tudo, curiosamente,
a Colômbia não tem tanques, só
blindados de infantaria. Tanques
não funcionam bem em flo-
restas tropicais. A Força Aérea
também é atípica: além de 21
caças convencionais IAI Kfir
israelenses, os outros veículos
de ataque são um cargueiro
modificado com metralhadoras
(BT-67), pequenos jatos A-37
da era do Vietnã, e 25 tucanos
brasileiros, usados pesadamen-
te contra as FARC. A morte de
diversos líderes por tucanos
entre 2007 e 2012 levaria ao
processo que terminaria no
cessar-fogo de 2016.

Cuba


OrçamentO: US$ 700 mi
efetivOs: 50.000
aerOnaves: 81
naviOs: 12
POrta-aviões: 0
tanques: 1.230
armas nucleares: 0
aliadOs: Rússia, China,
Irã, Venezuela
adversáriOs: EUA,
Brasil, Colômbia

Por uma
promessa
O que pode ser dito dos carros
cubanos também pode ser dito
de seu Exército hoje. Antigas,
remendadas e mal e mal paran-
do em pé, as Forças Armadas
Revolucionárias Cubanas
sobrevivem da herança de
tempos mais prósperos. Cuba
já chegou a ter a mais compe-
tente Força Aérea da América
Latina e foi o país da região
mais ativo militarmente, inter-
vindo na Argélia (1964-1964),
no Congo (1964), na Bolívia
(1966-1967, terminando com
a morte de Che), em Angola
(1975-1991), na Etiópia (1977-
1991) e até na Guerra de Yom
Kippur entre Israel e países
árabes, em 1973 – e nem lista-
mos todos. Como tudo no país,
houve uma drástica queda
após o fim da União Soviética e
seus subsídios, em 1991. Desde
então, como a Venezuela,
hoje se fala em “guerra do
povo”, a resistência para tornar
uma eventual invasão muito
custosa. Uma guerrilha, como
a que fundou o regime. Mas a
maior defesa de Cuba continua
a estar numa promessa: como
condição para encerrar a Crise
dos Mísseis de 1962, quando
ogivas nucleares soviéticas
foram instaladas na ilha, o
presidente John Kennedy
prometeu solenemente à União
Soviética que os EUA jamais
invadiriam Cuba. Mesmo com
o fim da URSS, a promessa tem
sido mantida.

Exércitos do mundo outras potências


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