32 | Sabor. club [ ed. 32 ]
Não estava no lendário Gran Café Capucines, de 1875,
no Boulevard des Capucines (veja quadro),
onde, diz a lenda, o sanduíche mais
famoso da França fora inventado,
por acaso. Num dia que faltou
baguete, o espirituoso chef
local cortou fatias do pain de
mie (pão de miga), colocou
gruyère e presunto dentro
dele e, para deixa-lo crocante,
colocou no forno, para tostá-
lo, besuntado de manteiga.
O molho bechamel viria mais
tarde, ninguém sabe dizer
de onde.
Estava num café menorzinho,
com pegada mais autoral, quando
resolvi fazer como Marcel Proust, no
clássico Em Busca do Tempo Perdido e, aomodo como descreve, pedi licença para pedir um
croque monsieur. Em bom português, o
“senhor mordida” (do verbo croquer, em
francês).
A garçonete dizia que ele é uma
impecável reinterpretação do
clássico, sem perder a essência
original. E é mesmo. No lugar
do gruyère, o sanduíche ganha
queijo brie e um creme de
emmental que substitui o
bechamel. Em vez do presunto
cozido, é feito com presunto
cru, cujo salgadinho causa
um contraste perfeito com o
adocicado do famoso e esburacado
queijo suíço. Enfim, não sou dos mais
chegados a reinterpretações, mas
esse é um golaço.Meu croque
em Paris
Versão moderna do croque monsieur surpreende,
sem macular a essência do clássicoSIMPLES ASSIMTem burburinho
na Cidade Luz
Recém reformado pela badalada
dupla de arquitetos franceses Toro &
Liutard, o Gran Cafe Capucines transformou
num dos hypes parisienses do momento.
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mistura de dourado, vermelho e azul e móveis
com um quê de art decô. No cardápio, há
novidades, além dos pratos imortais da casa.
E o melhor: o bar agora faz coquetéis
incríveis, servidos durante 24 horas.
4, boulevard des Capucines,
L’Operapor Robert Halfoun