testá-las. Há um escritório voltado para isso e ele
é composto por uma equipe interdisciplinar. Se
o plano for bem-sucedido, ele é implementado.
“Provavelmente nenhuma universidade brasileira
tem um processo de inovação parecido. A estrutu-
ra que eles criaram é uma clara sinalização de que
as portas estão abertas para a inovação”, analisa.
VIAGEM PARA O FUTURO
Luiz Felipe Lenkes Argenta, assessor direto da
reitoria e responsável pela área de Expansão e Novos
Negócios no Centro Universitário de Lavras (Unila-
vras), foi um dos participantes do curso. Ele resume
a experiência como uma “viagem para o futuro”.
Entre os fatores mais marcantes por trás do su-
cesso da ASU, ele cita a existência de propósitos
bem definidos, incorporados por todas as pessoas
graças aos programas de formação de lideranças
continuamente realizados. “ O Michael Crow po-
de sair hoje da ASU. Nada vai mudar. Todos estão
alinhados com a proposta de inovação”, aposta.
Esse viés do propósito está presente na área de
pesquisa, que é “extremamente direcionada. Eles
não ‘atiram para todos os lados. Atuam em nichos
e se tornam os melhores do mundo naquele seg-
mento”, conta. Por causa disso, eles conseguem
receber muito investimento externo e aumentar
seu orçamento.
Também chamou a atenção de Argenta a utiliza-
ção de tecnologias educacionais para incluir os alu-
nos que não tiveram uma formação básica adequa-
da. “Por meio do ensino adaptativo, eles conseguem
colocar todo mundo no mesmo nível. Essa é uma das
práticas que podem ser adotadas no Brasil”, afirma.
A comunicação interna é outra dessas práticas,
avalia Cinthia Spricigo, assessora educacional da
PUCPR, cuja sede fica em Curitiba. “Eles têm um
rumo muito claro e comunicam isso muito bem
para a comunidade acadêmica. Tivemos contato
com muitas pessoas e todas elas falam da missão
da universidade. Sem dúvida, essa conquista deles
é muito inspiradora. Quero rever completamente a
forma como nos comunicamos”, adianta.
A liberdade para inovar também encantou
Spricigo, apesar de considerar mais difícil a im-
plantação dessa prática em função do excesso de
tarefas padronizadas e rotineiras que precisam ser
executadas na parte acadêmica e administrativa.
GANHO PARA OS ALUNOS
Além de mudar a mentalidade do corpo acadê-
mico, a ASU também está moldando o entendimen-
to de seus alunos em relação à inovação. É o que
avalia Ceres Murad, reitora da Unidade de Ensino
Superior Dom Bosco, localizada no Maranhão.
“Ao longo de sua formação, o aluno lida com
problemas que são comuns à região onde a ASU
está localizada – falta de água, problemas ligados
ao clima, à organização dos centros urbanos etc. – e
com problemas trazidos pelas comunidades cien-
tífica e empresarial. E para resolvê-los, os alunos
têm de inovar – do contrário, eles já estariam so-
lucionados”, conta. “O aluno pensa ao contrário.
A partir da prática, ele busca a teoria. Tudo isso é
perfeitamente aplicável no Brasil e muitas institui-
ções já vêm trabalhando dessa forma. O que é inte-
ressante na ASU é ver aonde ela chegou. Está cha-
mando a atenção do mundo todo”, complementa.
Para incentivar a
inovação, a Arizona
State University
criou a ‘cultura do sim’.
Todas as ideias trazidas
pelos professores e
demais profissionais
são apreciadas. Para
implantá-las, basta
provar sua viabilidade
e efetividade
José Maria Silva Júnior
Ensino Superior 13