a força de trabalho do século 21”, diz Lobão. E nessa rees-
crita, as pessoas devem estar no centro.
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No século 21 retratado por Ridley Scott em Blade
Runner, a força de trabalho tem homens e máquinas,
que dividem as tarefas. Aos androides cabem as fun-
ções menos nobres e mais insalubres, perigosas. Fora
das telas, já no nosso mundo real, vemos empresas
com altos investimentos em automação, robôs colabo-
rativos e Inteligência Artificial (IA) para cuidar de ati-
vidades antes delegadas para as “máquinas e algorit-
mos de carne e osso”. E isso tem tudo para aumentar.
Um levantamento do McKinsey Global Institute diz
que a tecnologia já permite que robôs cuidem da me-
tade do trabalho de uma pessoa. Outra pesquisa, desta
vez da Organização para a Cooperação e Desenvolvi-
mento Econômico (OCDE), mostra que dos 37 países
que compõem a entidade, em 32 deles quase um em
cada dois empregos será afetado pela automação. No
Brasil, com base em um estudo da Universidade de
Brasília (UnB), sabemos que 54% dos empregos for-
mais podem ser realizados por máquinas...
“O processo de automação e digitalização é inevitável”,
diz Heloísa Lopes, diretora de RH, saúde e segurança
da WestRock, produtora de embalagens de papelão on-
dulado. Ela acredita que essa transformação contribui
positivamente para a dinâmica dentro das organizações.
Na WestRock, por exemplo, as máquinas desempenham
atividades operacionais e menos “prazerosas” para os
humanos: repetitivas; exaustivas; e, em sua maioria, po-
tencialmente prejudiciais do ponto de vista da ergonomia
e do estímulo mental para as pessoas. Lá, ao absorver
funções mais mecânicas, a tecnologia liberou as pessoas
para atividades de perfil mais analítico e estratégico e que
realçam a importância das soft skills e das novas formas
de interação social.
Sobre esse ponto, Luiz Lobão gosta de dizer que “aquilo
que é digno da máquina é indigno para o ser humano”.
Assim, trabalhos que envolvem rotinas serão feitos por
ela, como na WestRock. “Mas não se assuste: trabalhos de
ordem cognitiva também serão automatizados. Em todas
a áreas podemos ver exemplos: na medicina, fazendo
diagnóstico; no direito, estruturando teses; e na área de
investimentos, os robôs já tomaram o lugar dos analistas
Diz, RH!
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VIJʣQHEXIGRSPSKME
A tecnologia é inevitável. Talvez fique refém quem
não quiser acompanhar a evolução da tecnologia.”
*PEZMS&EPIWXVMR vice-presidente de RH da Serasa
Experian no Brasil e na América Latina
Essa vou deixar para o pessoal do RH responder!
Para mim, é não se esquecer das pessoas! Parece
óbvio, não? Mas é algo que acontece com frequ-
ência. Alguns RHs esqueceram completamente as
pessoas, dando mais ênfase às ferramentas, méto-
dos, avaliações e processos. Cadê o ser humano, os
sentimentos e as emoções?”
0YM^0SFʝS professor de estratégia e governança
da HSM Educação Corporativa
É procurar entender como funciona a tecnolo-
gia, mesmo que seja em alto nível.”
Wagner Santos, COO do Compleo
É difícil ficar refém da tecnologia, se ela for uti-
lizada como meio. A essência humana prevalece-
rá. Por mais que haja avanços tecnológicos, os as-
pectos humanos e sociais não serão desprezados.
O cuidar do outro mantém acesa essa chama e a
tecnologia não apaga isso.”
7SVE]E&ELHI diretora de gente e gestão
da Alelo (foto)