Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

• • • • • •


(ondas “f”).
Taquicardia atrial multifocal e/ou o flutter podem se sobrepor à FA, tornando seu
diagnóstico um pouco mais complexo. A frequência atrial fica entre 450 e 700 ciclos por
minuto com resposta ventricular variável.


CLASSIFICAÇÃO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL


Pode ser classificada como:


Inicial: refere-se ao primeiro diagnóstico de FA
Paroxística: termina espontaneamente, sem ação de fármacos ou cardioversão
elétrica e, em geral, dura menos de 7 dias
Persistente: instala-se e não se interrompe, a menos que seja realizada cardioversão
elétrica ou com fármacos. Em geral, são episódios que duram mais de 7 dias
Persistente de longa duração: mais de 1 ano de FA persistente
Permanente: tentativas de reversão falhas ou se optou por não reversão
Solitária ou isolada (lone atrial fibrillation): FA única em pacientes com menos de 60
anos e com coração estruturalmente normal.

SINTOMAS


Os sintomas associados à fibrilação atrial costumam decorrer da rápida frequência
ventricular e da perda da contração atrial. Os pacientes podem se queixar de
palpitação, fadiga, dispneia, intolerância ao exercício, desconforto torácico ou dor
torácica, e o quadro pode evoluir para insuficiência cardíaca aguda. É importante
lembrar que muitos episódios de FA podem não estar acompanhados de sintomas.
Em algumas ocasiões, os pacientes podem apresentar pré-síncope ou síncope em
decorrência de bradicardia excessiva após conversão para ritmo sinusal ou por rápida
frequência ventricular.
Ao exame físico, devem-se procurar sinais de doença pulmonar, palpação de
tireoide, sinais focais que podem estar relacionados com fenômenos embólicos
recentes, e lembrar de dor abdominal relacionada com isquemia mesentérica. A FA no
cenário da síndrome de Wolff-Parkinson-White pode precipitar fibrilação ventricular e
morte, sendo muitas vezes necessária a cardioversão elétrica.


MANEJO


Pacientes com sinais de instabilidade hemodinâmica, como hipotensão arterial,
confusão mental, dor torácica anginosa, dispneia ou síncope, devem ser tratados em
setores de emergência, com rápida instalação de monitoramento contínuo, oxigênio
suplementar e acesso venoso periférico calibroso. Nesses casos, deve-se proceder à
cardioversão elétrica sincronizada imediata visando a restaurar o ritmo sinusal, desde
que a instabilidade do paciente não seja secundária a outra condição que não a

Free download pdf