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arritmia.
Como a FA é mais frequente na população idosa, é comum se deparar com
pacientes em setores de emergência admitidos por FA (em geral com alta resposta
ventricular) secundária a disfunções orgânicas como infecções, desidratação, hipoxia,
distúrbios eletrolíticos, tireoidopatia, entre outras. Em tais casos, a cardioversão
elétrica, a priori, não deve ser realizada, e o tratamento deve ser direcionado à doença
descompensadora.
Devem ser feitos exames primários, como ecocardiografia, radiografia de tórax e
laboratoriais, com atenção a hemograma, eletrólitos, funções tireoidiana e renal, e
marcadores de necrose miocárdica. A radiografia de tórax é utilizada para avaliação de
área cardíaca e identificação de doenças pulmonares. A ecocardiografia é essencial
para avaliação morfológica e funcional, sobretudo do tamanho dos átrios e valvopatias
associadas; trombos de átrio esquerdo são avaliados idealmente pelo ecocardiograma
transesofágico.
Para pacientes hemodinamicamente estáveis, a estratégia de manejo da FA baseia-
se em:
Controle da frequência ventricular
Controle de ritmo cardíaco (possibilidade de restauração e manutenção do ritmo
sinusal)
Anticoagulação para evitar eventos tromboembólicos.
CONTROLE DE FREQUÊNCIA VERSUS CONTROLE DE RITMO
Decidir entre a manutenção do ritmo sinusal ou o controle de frequência cardiaca (FC)
mantendo ritmo de FA é um desafio na prática diária. A metanálise de quatro estudos
principais (PIAF, AFFIRM, RACE e STAF)^1 -^4 demonstrou que, em pacientes
predominantemente idosos e com FA persistente, não há diferenças entre as
estratégias de controle de ritmo ou de FC em relação à mortalidade total e à taxa de
acidente vascular encefálico isquêmico.
Os resultados desses estudos sugerem que o controle da FC associada à
anticoagulação constitui boa opção terapêutica para pacientes idosos, com FA
persistente, oligossintomáticos ou assintomáticos, com maior risco de fenômenos
tromboembólicos e também para aqueles com insuficiência cardíaca.
Essas conclusões não devem ser estendidas a outros grupos de pacientes com FA,
sobretudo os mais jovens, com crises paroxísticas sintomáticas, em que o controle do
ritmo, por meio de medicamentos ou pela ablação por cateter, parece oferecer melhor
benefício.
CONTROLE DE RITMO: CONVERSÃO E MANUTENÇÃO DE RITMO SINUSAL
A cardioversão pode ser elétrica ou farmacológica, essa última considerada menos