Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1




Capítulo 12


INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA


Eduardo Segalla de Mello e
Giovanni Henrique Pinto

DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA


A insuficiência cardíaca (IC) descompensada é resultante de grande sobrecarga
imposta ao coração, tornando-o incapaz de manter o débito cardíaco (DC) para suprir
as necessidades metabólicas basais ou mantendo-o à custa de elevadas pressões de
enchimento.
Segundo o DATASUS, pode-se estimar que 2 milhões de brasileiros tenham
diagnóstico de IC – a incidência é de aproximadamente 240 mil novos casos/ano. É a
primeira causa de internações entre as doenças do aparelho circulatório, representando
23% das internações por doenças cardiovasculares. Outro dado importante é a taxa de
readmissão hospitalar, em torno de 36% em 90 dias após a alta, o que origina altos
custos e significativa deterioração da qualidade de vida.


CLASSIFICAÇÃO


Pode ser classificada como: IC agsuda, caracterizada por descompensação clínica em
paciente sem diagnóstico prévio; IC crônica descompensada, quando há exacerbação
aguda de quadro crônico; IC crônica refratária, que apresenta baixo débito crônico,
associada ou não a graus diversos de congestão; e IC com fração de ejeção
preservada.
A IC pode ainda ser classificada pelos tipos de disfunção ventricular:
Sistólica: lesão estrutural, redução da contratilidade e redução da fração de ejeção
(50% dos pacientes)
Diastólica: alteração grave do relaxamento/complacência ventricular e fração de
ejeção preservada.
Pode também ser enquadrada na classificação funcional da IC (New York Heart
Association – NYHA):


Classe I: ausência de sintomas em atividades cotidianas (limitação semelhante à de
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