Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1





Infarto agudo do miocárdio (IAM) por acometimento do óstio coronariano (artéria
coronariana direita predominantemente, 1 a 2%)
Isquemia mesentérica (3 a 5%)
Envolvimento da artéria renal (5 a 8%)
Outros achados, como derrame pleural (mais comum à esquerda), rouquidão,
compressão de vias respiratórias superiores e hemoptise podem ser apresentações
atípicas da dissecção aórtica.

EXAMES COMPLEMENTARES


ELETROCARDIOGRAFIA


Fundamental para o diagnóstico diferencial entre outras causas de dor torácica, como
IAM, sobretudo nos casos raros em que a dissecção envolve o óstio da coronária
direita (ou esquerda). Em geral, encontram-se ritmo sinusal, sobrecarga de câmeras e
alterações da repolarização ventricular inespecíficas.


RADIOGRAFIA DE TÓRAX


Muito útil para mostrar alargamento do mediastino e/ou derrame pleural. Cardiomegalia
pode indicar derrame pericárdico. Duplo contorno na aorta (difícil de ser visualizado e
incomum), a separação da calcificação intimal do vaso de sua adventícia é sinal
patognomônico quando maior que 6 mm. Lembrar que até 20% das radiografias de
tórax são normais nessa emergência, não afastando, em hipótese alguma, a doença.


MARCADORES SANGUÍNEOS


D-dímero é o único biomarcador disponível com adequada sensibilidade para detecção
de dissecção de aorta. Encontra-se elevado em 98 a 99% dos pacientes com dissecção
aguda de aorta. Correlaciona-se positivamente com a extensão anatômica da
dissecção e com a mortalidade hospitalar.
A cadeia pesada da miosina do músculo liso, originada do dano das células
musculares lisas da camada média após exposição secundária à ruptura intimal,
mostra-se como possível marcador futuro (sensibilidade de 90% e especificidade de
97%).
Creatinofosfoquinase (CPK), creatinofosfoquinase fração músculo-cerebral (CK-
MB), troponinas, proteína C reativa, desidrogenase láctica (DHL) e leucocitose podem
estar presentes sem correlação significativa com a doença.


EXAMES SUBSIDIÁRIOS ESPECÍFICOS


Tomografia computadorizada de tórax multislice, RNM e ECO TE tiveram resultados
equivalentes em últimos estudos. Esses exames têm, como grande vantagem, a
visualização de um flap ondulante da íntima dentro da luz aórtica, diferenciando a
verdadeira e a falsa luz, que devem ser usados como exames de primeira linha quando

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