Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

eletrocardiograma (ECG), pressão venosa central (PVC) e pressão capilar pulmonar
(PCP).


ANALGESIA E ANSIEDADE
Medida fundamental, pois a dor, pelo aumento do tônus adrenérgico, leva à elevação
da FC e da PA, contribuindo para a progressão da dissecção. Morfina intravenosa é a
droga de escolha. Ansiolíticos (diazepam, clonazepam, lorazepam) podem ser
administrados para controle da ansiedade.


CONTROLE DE PRESSÃO E DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
Visa manter a FC entre 50 e 60 bpm e a PA entre 100 e 110 mmHg (ou o menor valor
possível mantenedor da perfusão orgânica). Reduzir a força das contrações
ventriculares e diminuir a declividade da onda aórtica de pulso são determinantes para
controlar a extensão da dissecção/ruptura.
Faz-se uso clássico e eficaz da combinação metoprolol IV (5 mg, repetir até 3
vezes, chegando ao máximo de 15 mg), um betabloqueador seletivo e nitroprussiato de
sódio IV (0,25 a 6 μg/kg/min), dilatador venoso e arterial, até a obtenção de estabilidade
clínica ou valores-alvo de FC e PA. Esmolol e propranolol intravenosos são opções. A
pressão deve ser, preferencialmente, controlada com base no membro que tiver os
maiores índices pressóricos.
Observação: nitroprussiato de sódio nunca deve ser utilizado isoladamente, pois
pode elevar a FC e aumentar a pressão de pulso, contribuindo para propagação da
dissecção. Portanto, o betabloqueador deve ser administrado antes do nitroprussiato.
Em pacientes com contraindicação ao uso de betabloqueadores, podem ser utilizados
os bloqueadores de canal de cálcio, como o diltiazem e o verapamil.


TRATAMENTO CIRÚRGICO


DISSECÇÃO DO TIPO A DE STANFORD: CIRURGIA IMEDIATA


A cirurgia apresenta mortalidade de 15 a 20%, ao passo que o tratamento clínico tem
mortalidade de 58%, de acordo com o IRAD, para esse tipo de dissecção (Figura 15.3).


DISSECÇÃO DO TIPO B DE STANFORD: CONTROVERSO


O tratamento clínico conservador ainda é o mais preconizado, restando a opção
cirúrgica para pacientes com complicações graves como dor persistente, hemotórax e
isquemia abdominal, medular ou de membros inferiores. Recentemente, o uso de
stents expansíveis na aorta (tratamento percutâneo) mostrou redução da
morbimortalidade, com taxas de sucesso em torno de 95%, e comparação favorável
com a cirurgia, porém carece de estudos comparativos com o tratamento clínico em
casos não complicados. Na Unifesp-EPM, utiliza-se um escore numérico para avaliar
os candidatos ao tratamento percutâneo, o qual leva em conta aspectos anatômicos

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