Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

TIENOPIRIDÍNICOS E NOVOS ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS


Devem ser obrigatoriamente usados em associação com AAS, devendo ser feita dose
de ataque de 300 mg de clopidogrel até 6 h antes do procedimento ou 600 mg de
clopidogrel, 60 mg de prasugrel ou 180 mg de ticagrelor até 2 h antes do procedimento.
Depois deste, deve ser feita dose de manutenção diária com 75 mg de clopidogrel, 10
mg de prasugrel ou 90 mg de ticagrelor 2 vezes/dia. A duração do tratamento de
manutenção deve ser de, no mínimo, 30 dias (idealmente, 1 ano) para stents metálicos,
e no mínimo 1 ano para stents farmacológicos, podendo ser prorrogado conforme
evolução clínica.


INIBIDORES DA GLICOPROTEÍNA IIB/IIIA


Utilizados, dentro da sala de hemodinâmica, para SCA com e sem
supradesnivelamento do segmento ST, principalmente em pacientes com alta carga
trombótica. São indicados principalmente àqueles que não foram previamente tratados
com tienopiridínicos (grau de recomendação I, nível de evidência B), podendo também
ser usados como adjuvantes em pacientes com SCA previamente tratados com
tienopiridínicos (grau de recomendação IIa, nível de evidência A).


HEPARINA NÃO FRACIONADA


Recomendada durante a ICP para evitar trombose aguda do stent e formação de
trombos nos fios-guia e cateteres utilizados. A dose padrão é 70 a 100 UI/kg em bolus
imediatamente antes do procedimento, objetivando um tempo de coagulação ativado
(TCa) de 250 a 350 s, ou 200 a 250 s naqueles que utilizaram inibidores GPIIb/IIIa.


HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR


Não há diferença significativa na incidência de trombose aguda de stent em relação ao
uso de enoxaparina versus heparina não fracionada (HNF). Recomenda-se que os
pacientes que receberam 1 mg/kg de enoxaparina até 8 h do procedimento não devam
receber dose adicional de HNF; os que receberam enoxaparina entre 8 e 12 h antes da
ICP devem receber dose adicional de 0,3 mg/kg de HNF antes do procedimento.


MANEJO CLÍNICO APÓS INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA


Recomenda-se a realização de eletrocardiograma logo após o término do procedimento
para identificar alterações isquêmicas relevantes que possam indicar reintervenção.
Marcadores de lesão miocárdica (creatinoquinase [CK] total e CK-MB) devem ser
dosados 18 a 24 h depois da intervenção, sendo diagnosticado infarto
periprocedimento quando a CK-MB aumenta pelo menos 3 vezes o limite superior. A
utilização das troponinas nessa situação ainda não é bem estabelecida, pois
frequentemente estão elevadas no pós-procedimento; contudo, admite-se que não
devam estar acima de 5 vezes o valor de normalidade.

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