Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1








O exame físico sozinho tem baixa sensibilidade e especificidade, principalmente em
pacientes obesos; por isso, ele não exclui um AAA. Nesse contexto, deve-se considerar
avaliação complementar em pacientes de alto risco, em especial do sexo masculino e
idosos (Quadro 25.1).
Com sensibilidade de 87 a 99%, a ultrassonografia Doppler de aorta abdominal é o
método de escolha para screening do AAA, pelo seu baixo custo, por não ser invasivo e
não usar contrastes. Outros métodos complementares, como tomografia
computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), são alternativas à
ultrassonografia (USG).


Quadro 25.1 Quando pesquisar AAA em pacientes assintomáticos.


Pelo menos uma vez em pessoas do sexo masculino com 60 a 75 anos e antecedente de tabagismo
Pelo menos uma vez em pessoas do sexo masculino com 60 a 75 anos e antecedente familiar de tratamento intervencionista ou morte
por AAA em parentes de primeiro grau
O screening para mulheres deve ser individualizado, com base nos fatores de risco

APRESENTAÇÃO CLÍNICA
A maioria dos aneurismas de aorta abdominal são assintomáticos. Massa palpável e
pulsátil acima da cicatriz umbilical e sopros podem ser percebidos ao exame físico.
Geralmente são achados incidentais em exames abdominais, como TC, USG e RM,
solicitados por outros motivos.
O aparecimento de sintomas ou a sua piora podem evidenciar a expansão ou a
ruptura do aneurisma. Quando rompem, eles costumam provocar dores abdominal e
lombar, hipotensão e choque hemorrágico. Eventualmente, podem simular outras
condições, como cólica renal, diverticulite, pancreatite, isquemia mesentérica, isquemia
coronariana de parede inferior ou doenças das vias biliares.


ACOMPANHAMENTO CLÍNICO E INDICAÇÕES À TERAPIA INTERVENCIONISTA
Em todos os casos, o acompanhamento clínico é necessário e pode retardar a
progressão do aneurisma (Tabelas 25.1 e 25.2). É necessário tratar todos os fatores de
risco possíveis, principalmente tabagismo, hipercolesterolemia e hipertensão arterial
sistêmica. O uso de betabloqueadores reduz a velocidade de expansão do aneurisma.


Tabela 25.1 Risco de ruptura do aneurisma de aorta abdominal de acordo com seu
diâmetro.


Diâmetro (cm) Risco de ruptura (%)
< 4 0
4 a 4,9 0,5 a 5
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