Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

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Capítulo 35


TRANSPLANTE CARDÍACO


Leandro Dinato

A insuficiência cardíaca (IC) vem ganhando importância notória nas últimas décadas.
Com o envelhecimento da população, diversas comorbidades contribuem para a
crescente elevação de incidência e prevalência da doença. A terapia medicamentosa
otimizada segue como tratamento padrão, podendo ser associada a dispositivos
mecânicos e agentes vasopressores e/ou inotrópicos em estágios mais avançados da
doença. O transplante cardíaco permanece o tratamento de escolha para a
insuficiência cardíaca no estágio refratário.
Algumas considerações sobre o transplante cardíaco são fundamentais para o
sucesso do procedimento, desde a correta indicação até o acompanhamento
ambulatorial multidisciplinar. Orientação nutricional, suporte social e psicológico são
fundamentais tanto antes quanto após o procedimento.
A indicação do paciente ao procedimento deve se basear em algum dos seguintes
critérios, com seus respectivos graus de recomendação:


IC refratária dependente de drogas inotrópicas e/ou de suporte circulatório/ventilação
mecânica (I C)
Angina refratária sem possibilidade de revascularização (I C)
Teste da caminhada dos 6 min inferior a 300 m (IIa C)
Uso de betabloqueador (BB) com VO 2 de pico menor que 12 mℓ/kg/min ou sem uso de
BB com VO 2 de pico menor que 14 mℓ/kg/min (IIa C)
Teste cardiopulmonar com relação VE/VCO 2 menor que 35 e VO 2 de pico igual a 14
mℓ/kg/min ou menor (IIa C).
É importante lembrar que as terapias farmacológicas e não farmacológicas
otimizadas para IC são essenciais antes de qualquer indicação para o transplante, bem
como o afastamento de causas reversíveis da doença.
Há também que se considerar os critérios de contraindicação ao procedimento. São
eles:


Absolutos
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