Aero Magazine - Edição 304 (2019-09)

(Antfer) #1
14 | MAGAZINE^304

AERO


RESPONDE


C


om poucos
aeroportos
contro-
lados ou
providos
de prestação de serviços
meteorológicos, pilotos
de diferentes tipos deae -
ronaves se veem diantede
uma tomada de decisão
delicada. Sobre qual pista
devo pousar ou em que
sentido do helipontoconvémmeaproxi-
mar em razão dos ventosdesuperfícieque
incidem nesse momentocríticodovoo?
Para a decolagem,a decisãoé mais
fácil. Mesmo que a birutanãoestejainsta-
lada (apesar de ser umitemobrigatório)
ou fique em um pontodedifícilvisuali-
zação para os pilotos,pode-sedeterminar
antes da decolagem tantoa direçãocomo
a intensidade do ventoe, assim,definira
melhor pista a ser utilizada.
Porém, quando seestáemvoo,senão
houver outras aeronavesoperandonolocal
com tripulantes cientesdadireçãodoven-
to e da pista está em uso,caberáaopiloto
determinar a sua melhoropção.

VENTO DE PROA
Decolagens e pousoscontrao ventosão
condições que aumentammuitoa segu-
rança de voo. É possívelrealizarpousos
e decolagens com ventodecauda,mas
essa condição aumentaa distânciade
rolagem. Isso porquerequermaior
potência a fim de seconseguirosparâ-
metros necessários parasairdochãoou

COMO ESCOLHO


A MELHOR PISTA


PARA POUSAR?


pousar.Emalgunscasos,comvento
dacauda,a operaçãosetornainviá-
vel,impossíveldeserrealizadacom
segurança.
Mascomoumpilotopodese
orientaremlocaisdesprovidosde
informaçõesmeteorológicasprévias,
especialmentenoquesito“vento”,e
operarcomsegurança?Oprimeiro
passoé estudarosventospredomi-
nantesnaregião,alémdefazerum
planejamentoadequadoparasesaber
dameteorologiaa previsãodotempo
tantonomomentodadecolagem
comodopouso.
Nãoé porqueo aeródromo
nãodispõedoserviçoqueficamos
impossibilitadosdesaberqualé a
previsãodotempo.Outrasfontesde
informação(nãoaeronáuticas)podem
nosajudarcomisso.Adicionalmente,
existemdiversosaplicativosparata-
bletsesmartphones que nos mostram
o vento no mundo todo e imagens de
satélite, prevendo até sua incidência
com bastante antecedência.

FUMAÇA
Ainda assim, alguns
“truques” passados de
geração em geração
podem ser muito úteis
nessas condições. O
primeiro está no painel.
Uma rápida comparação
da velocidade verdadeira
com a velocidade de solo
dirá se temos um vento
com componente de
cauda, través ou proa. Mas, em altitude, o
vento pode ser diferente daquele que sopra
no solo, então, nem sempre essa informa-
ção oferece 100% de eficiência.
Durante o pouso, o piloto deverá ter
atenção redobrada ao comportamento de
sua aeronave. Não é difícil de se localizar
focos de incêndio com fumaça ou cha-
minés de fábricas. O sentido da fumaça é
um indicador confiável de direção e até da
intensidade do vento. Se a fumaça ganha
grande altitude, temos ventos fracos, se
sai da chaminé já na horizontal, pode ter a
certeza de que está com forte intensidade.
Nunca caia em armadilhas de se balizar
por nuvens ou movimentos de árvores!
Acredite, não são informações verdadeira-
mente confiáveis.
Se mesmo diante de todas as opções
disponíveis o piloto não se sentir confortá-
vel ou seguro para realizar a operação, não
faça. Simples assim. A arremetida é sempre
uma opção e procurar aeroportos em
melhores condições pode ser também uma
ótima escolha. Melhor do que se colocar
em situação de riscos desnecessários.

A falta de instrumentos em boa parte dos


aeroportos pode exigir de pilotos atenção especial
em relação ao vento
Free download pdf