VOX - #12

(VOX) #1

animais são identificados e quando
passam por ali, o pecuarista recebe as
informações e avaliações por nuvem,
seja mobile ou
desktop. É possí-
vel acompanhar
quais animais
estão abaixo
do peso proje-
tado, quais não
estão bebendo
água, se está do-
ente. Se tem algo
errado, se algum
não passou por
ali, em 24 horas
o sistema avisa.”
Em um país
onde existem cer-
ca de 218 milhões
de cabeças de
gado, que é o primeiro em exportação
de carne bovina do mundo, com um
milhão de propriedades rurais (sendo
cerca de 300 mil não voltadas à sub-
sistência), poucos produtores investem
em determinados equipamentos.
“Menos de 10% dos pecuaristas
têm balança, apesar do produto final
deles ser vendido em peso, arroba. E
desses que têm, só a utilizam de uma
a duas vezes na vida toda do animal,
só para conferir quanto ele pesa”,
considera.
Dancieri Filho explica que, até por
uma questão de cultura, esses pecu-
aristas não utilizam a balança como
ferramenta de gestão, ou seja, pesar o
animal periodicamente para traçar um
planejamento e uma futura tomada de
decisão. “Se ele comeu, se deu prejuízo,
não se sabe”.
Ainda de acordo com ele, atualmen-
te, a maioria dos clientes COIMMA
ainda consome produtos mecânico-
-manuais, mas a linha automática
tem crescido e com a tendência de pro-
fissionalização da pecuária, o acesso
ao consumidor final para este tipo de
produto tende a acompanhá-la.
Isto pode ser percebido em núme-
ros. Nos últimos três anos, as vendas
de automatizados subiram, em média,
15%. Em 2018, o percentual chegou a
18%. E eles melhoram quando se con-
sidera o crescimento geral da empre-
sa, 30% só no ano passado.


“Foi um ano bom para nós e esta-
mos investigando o porquê crescemos
tanto no ano passado. Acredito que
seja uma soma
de fatores. A
COIMMA tem
feito um traba-
lho de trans-
formação forte,
novos produtos,
somos focados
em clientes,
somos obsessi-
vos com relação
a satisfação,
qualidade, lo-
gística, prazo de
entrega e no de-
senvolvimento
de dispositivos
que dão maior
segurança”, explica.

COMO É SER O CEO?
Ao ouvir a pergunta, que ele define
como socrática, responde: “é uma
grande oportunidade de aprendizado
pessoal. Somos pequeninhos, de um
nicho, e poder ter nossa voz ecoada no
agronegócio e trabalhar com a trans-
formação mental de todo o ecossiste-
ma é uma grande missão e desafio”.
Embora o empresário relembre
que a atividade no país é muito com-
plexa. “Ser empresário no Brasil é isso,
vezes três, e ser empresário no setor
agro, é complexo ao exponencial”.
Um lado muito positivo, segun-
do ele, é (apesar das dificuldades)
conseguir engajar colaboradores
nos desafios da empresa. Como já foi
Desenvolvedor de Projetos, quando
se tornou CEO, institucionalizou
a desierarquização.
“Na minha opinião isso é a
grande boa energia dos últimos
anos. Pessoas estimuladas, empode-
radas, que produzem. Nos últimos
anos tenho feito grupos de trabalho,
comitês temáticos, multitemáticos,
envolvendo gente, jogado responsabi-
lidade estratégica nas mãos de times
de pessoas engajadas, que não são
necessariamente de um setor. A gente
convida, o pessoal vem fora de hora,
come pizza e saem ideias maravilho-
sas”, conclui.

“Foi muito


impactante, um divisor de


águas. Nunca pensamos


que entraríamos em uma


lista assim, porque a


COIMMA não é uma


empresa com DNA de


inovação, mas estamos


investindo nisso.”


ABRIL 2019 | REVISTAVOX.COM 105


SUGESTÃO DE NEGÓCIOS


DE UM CEO



  1. Tenha visão clara, es-
    tratégica de onde se quer
    chegar. ”Em uma atividade
    empresarial, se você não tiver
    a disposição, o tempo para
    pensar onde quer chegar,
    você não vai a lugar algum, só
    vai reagir ao mercado, à tari-
    fa, a tudo. Como vai construir
    só reagindo?”

  2. Pratique a resiliência.
    “Aqui na COIMMA, às vezes,
    fazemos voos cegos. Acho
    que é muita pretensão dizer
    que nós, ou qualquer em-
    presa seja completamente
    adstrita a planejamentos
    estratégicos, que não desvia
    nunca, eu não acredito. O
    segredo é estarmos prontos
    para quando as coisas deriva-
    rem para um lado que a gente
    não quer, e ter equilíbrio para
    conduzir o barco. Não existe
    realização sem resiliência”.

  3. Crie seus negócios longe
    da empresa. “Crie e alimen-
    te seus negócios com muita
    leitura, sobre tudo, entenda
    de gente”.

  4. Mantenha uma rotina
    de exercícios físicos: ”Não
    existe negócio sem energia e,
    para mim, não existe energia
    sem movimento. E movimento
    não é só o físico, é também o
    mental, o espiritual”.

  5. Separe as coisas: “Por
    maior que seja a minha mis-
    são de vida aqui na empre-
    sa, ela é apenas um pedaço
    da minha vida. Estamos em
    mundo monetizado que, você
    estando à frente de uma or-
    ganização, ela é mais impor-
    tante que tudo e o resto você
    concilia. E não é bem assim,
    no meu ponto de vista”.

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