32 REVISTAVOX.COM | ABRIL 2019
CORRE PAULA, QUE DÁ TEMPO!
Eram 23 horas de uma noite
qualquer, a cidade estava em silêncio,
o dia tinha sido difícil e tudo colabora-
va para que o desânimo batesse. Mas
com tênis a postos e passadas no ritmo
da respiração, a adamantinense Paula
Mariana Spina Rodrigues estava con-
victa de que cumpriria novamente sua
meta de bem-estar: a caminhada que
a tinha ajudado a perder 9 kg para
a formatura e aberto um mundo de
possibilidades.
Ela conta que não foi milagre a
mudança de hábitos, mas com seu 1
Janeiro ou Florianópolis e por sua
primeira experiência internacional, na
Argentina.
“Hoje a atividade física é minha
válvula de escape. Se eu estiver triste,
precisando chorar, vou correr, vou
malhar. Em menos de 1 km, nem sei
por que estava chorando, é automáti-
co e volto outra pessoa”, ri ao contar.
Embora não perca muitas horas do
dia com redes sociais, a maratonista
comenta que as pessoas se inspiram
em sua história de conquistas. “Dia
desses uma moça me pediu para con-
tinuar postando minha rotina para
continuar a incentivá-la, porque ela
estava quase lá em seu objetivo. É gos-
toso saber disso. Eu entrei no esporte
para competir e hoje me espelho nas
meninas que estão à minha frente”,
garante.
Na prateleira de três andares, de-
zenas de medalhas e troféus refletem
a satisfação de uma mulher que re-
descobriu seu valor em pouco mais
de três anos de dedicação às corridas
de rua.
Seus próximos desafios? “Minha
meta é comigo, com meu psicológi-
“Gosto de desafio.
Se você me disser
que não consigo,
vou fazer de tudo
para conseguir”.
Paula Spina
metro e 48 centímetros de altura, 17
kg a mais, problemas em um dos
joelhos (decorridos de um acidente na
infância) e uma separação, Paulinha,
como é conhecida na cidade, sabia que
algo precisava ser feito para recupe-
rar saúde e autoestima.
“Gosto de desafio. Se você me
disser que não consigo, vou fazer de
tudo para conseguir. Então parei de
ir à padaria comer besteiras e, como
não tinha dinheiro no começo para en-
trar numa academia, só caminhava”,
relembra.
No meio do caminho, ‘anjos’ a
incentivaram: o namorado, que era
corredor de rua, o dono de um espaço
de vida saudável que ela frequentava,
e depois ganhou o apoio de uma nu-
tróloga e de seus atuais treinadores
da equipe de corrida e da academia,
que sempre estipulam metas de acor-
do com o objetivo de competição.
A ex-gerente de loja, com agora 34
anos, tem uma rotina de trabalho
mais flexível e se dedica à academia
e, nos intervalos, à corrida e meias
maratonas pela região. Ela almeja
por competições de 21 km no Rio de